Tive moto por vários anos, desde moleque. Meu pai comprou uma CB 400 II, em 82, zero, mas quem acabou usando fui eu, com 14 anos..., fiz besteira, empinei, andava que nem doido, mas tomei so um tombinho besta, suficiente pra ele vender a máquina, praticamente deu, na verdade. Aos18, ou 19, comprei uma DT 180, com minha grana (yes!), fiquei uns anos com ela, depois fiz um upgrade pra uma XLX 350, com a qual sofri alguns acidentes bobos, alguns mais sérios, como o último, em que fraturei o fêmur - culpa de um bêbado atravessando a Sâo João no meio ods carros às 07 da matina.
Até a família saber que eu tava vivo e ia andar, imagina o que passaram...
Desisti. Vendi a motoca (snif... snif...), e pensei: moto em SP é impossível, mesmo vc sendo cuidadoso, ninguém respeita, te fecham, vêem em cima, e uma distraída nossa é chão, ou porrada.
Achei que nunca mais teria moto. Isso se deu em 1996.
em 2005 o vírus acordou lentamente e me infectou por completo. Comprei uma Shadow 600. Quando trouxe meu pai em casa e mostrei, ele ficou irado e me chamou de imbecil. Tentei explicar que era mais pra estrada, que eu tava mais velho e ainda mais cuidadoso... necas, ira total do velho. Minha mãe sempre gostou de moto, mas não queria que eu voltasse a ter uma nem F..., mas teve uma reação mais branda. Sentou na máquina, deu uma espécio de benzida, me disse pra tomar muito cuidado, pediu que os anjos da guarda me protegessem sempre, e me pediu pra levá-la pra dar uma volta. Ainda não rolou a volta, mas ela tá mais tranquila.
MInha mulher, bom, deixa pra lá...
Em 2006, antes da shadow completar um ano comigo, já tava irremediavelmente infectado (septicemia) pelo vírus da HD, e não teve jeito. Perdi grana quitando o que faltava da shadow, juntei o que tinha, entrei num outro financiamento, e comprei minha night train (na minha opinião, e pro meu gosto, a harley mais bonita, mas isso é uma questão de estilo), da qual creio que nunca me desfarei, ainda mais que é carburada.
A família chia, se preocupa, meu irmão chorou como criança quando cheguei inteiro em Floripa ano passado, pois tava com muito medo, enfim, essas coisas, mas o prazer e o tesão de montar na minha neguinha e ir pra onde quiser, é intraduzível em palavras. Todos - ou quase - sabem muito bem do que eu estou falando.
Nossa!! Que texto enorme!!! É culpa do vírus!!!
Abrax!!!