Caríssimo DJ4NGO,
o Lubrax Extra Turbo é um óleo inferior ao Top Turbo, apesar do primeiro não se tratar de um produto ruim.
E qual será o porquê de eu estar afirmando isto?
Bom, apesar de ambos se prestarem ao uso em frotas mistas, com motores diesel e à gasolina, o Extra Turbo é um óleo classe CG - 4 e ainda SJ. Assim, para que saibamos o grau de desenvolvimento de um óleo, em matéria de aditivação, devemos ver, logo após a letra "C" (de "commercial", em inglês ou "comercail", em português), qual a letra que se segue. Quanto mais alta/elevada no alfabeto a letra, mais avançado é este lubrificante em termos de aditivação. Assim, se o Extra turbo é CG - 4, o Top Turbo é mais avançado que ele, pois já se trata de um CI - 4 (classificação mais avançada já vista no Brasil no que concerne a óleos comerciais para motores diesel). No caso da aditivação que também atenderia às nossas motocas à gasolina, o API do Top Turbo tamém é mais moderno, pois se trata de um óleo SL ao invés de ser SJ. Aqui, vale a mesma regra para a letra que se segue ao "S" (de "service", em inglês ou "serviço", em português). Quanto mais alta, mais avançado o óleo. Só como curiosidade, perceba lá no site da Petrobrás que o Lubrax Tec Turbo, um outro óleo de uso misto, que contém aditivação sintética, não consegue atingir o grau de avanço do Top Turbo, que é um óleo mineral. O Tec Turbo ainda é CH - 4/SL, inferior, portanto, ao CI - 4/SL do Top Turbo.
Para o amigo perceber como a coisa está no mundo, nos EUA o Shell Rotella T 15W - 40 já se encontra na classificação CJ - 4 e SM (!!!), sendo o mais popular óleo de uso misto que há no mercado.
Os motoqueiros o aprovaram e as análises de desgastes dos motores já provaram que se trata de um excelente produto. de qualquer forma, reproduzi as descrições dos dois produtos para que você perceba as diferenças que apontei:
1º) "Lubrax Extra Turbo. Óleo lubrificante multiviscoso para motores diesel de alta potência, superalimentados ou
turboalimentados, que operem em condições severas, exigindo lubrificantes com o nível de
desempenho API CG-4 / SJ e ACEA E2-96 / B2-98 / B3-98 / B4-02. Disponível no grau SAE
15W-40";
2º)"Lubarx Top Turbo. Óleo lubrificante multiviscoso para motores diesel de alta potência, superalimentados ou
turboalimentados, que operem em condições severas, exigindo lubrificantes com o nível de
desempenho API CI-4/SL, ACEA E7-04 e MERCEDES BENZ página 228.3. Pode ser usado
em substituição aos óleos com nível API CF-4, CG-4 e CH-4. Disponível no grau SAE 15W-40"
No que se refere á questão da viscosidade, ambos são óleos que podem ser classificados como SAE 40 a 100º C, apesar das diferenças pequenas entre os valores encontrados, com ligeira vantagem para o Top Turbo na fluidez. É que se os valores ficarem entre 12.50 e 16.29 o óleo ainda é considerado SAE 40 a 100ºC. Acima de 16.29 e abaixo de 21.89 o óleo já é considerado SAE 50 a 100ºC.
E como sei disso?
Simples. Basta conferir as "viscosity charts" que são encontradas na internet com os dados sobre as faixas de viscosidade dos óleos para motores.
Sobre o que o Sevla comentou a respeito da vantagem da maior fluidez, devemos ter bom senso na hora de escolher um lubrificante. Quanto mais fluido é o óleo, menor capacidade ele tem de amortecimento com relação às cargas mecânicas que lhe são impostas e, por esta simples razão, dificilmente, você verá uma moto usando óleo SAE 30 a 100ºC no Brasil. No entanto, considero que para um motor refrigerado a ar e que gira coisa de 10.000 rpm em regime máximo de trabalho, um óleo SAE 50 a 100ºC é muito viscoso para permitir uma rápida circulação interna e também eficiente dissipação do calor gerado pelo propulsor. Dessa forma, optei por um óleo SAE 40ºC por ser uma faixa de viscosidade em que já há um grande incremento na velocidade de circulação e ainda há boa capacidade de suportar cargas mecânicas elevadas.
Minha preocupação com a velocidade de circulação do óleo tem uma razão de ser. Quanto mais viscoso é o óleo, mais tempo ele permanece em contato com as superfícies quentes internas do motor, tendendo, por esta razão, a absorver mais calor do que deve e mais rapidamente perder as suas características físico-químicas, ao passo que um óleo de circulação mais lépida tende a absorver menos calor, mas, ao mesmo tempo, a realizar este trabalho de absorção um maior número de vezes. Isto, sem contar que a bomba de óleo trabalha mais folgada ao ter de bombear um fluido menos viscoso, o que permite afirmar que há ganho de vida útil com relação a este componente mecânico.
Veja como há várias frentes sob as quais se pode enfrentar o tema lubrificação. Não foi à toa que comecei a ler sobre isto e não parei mais.
É apaixonante para mim, por meio dos estudos que empreendo, obter mais durabilidade do meu motor e, ao mesmo tempo, menor consumo e mais potência.
O amigo não acha bom também?