Se houver uma participação do Grupo Izzo na fábrica de Manaus é muito pequena. Não tem sentido litigar contra si mesmo.
Faltando a contestação e o recurso próprio contra a decisão do juiz (agravo) por parte da parte ré, não dá para fazer maiores especulações do que já foram feitas.
O que a lógica indica é que a HD USA tem interesse no Brasil senão deixaria o contrato encerrar de forma espontânea e sairia do mercado.
A lógica também indica que deseja ampliar suas vendas por aqui senão manteria o atual panomarama onde a prórpia marca se vende (dizer que existe algum esforço por parte do atual revendedor é forçar a barra).
Partindo dessas duas premissas, a HD deve ter um novo parceiro e esse parceiro sinalizou que pode ser mais incisivo no mercado (alguns fóruns comentam a possibilidade do herdeiro de Abílio Diniz - João Paulo - ser esse parceiro) por isso a ação judicial.
Um aspecto da inicial da HD USA acho pitoresco: o pedido de segredo de justiça. Não dá para clarear os motivos desse pedido por parte dos autores. Eu interpreto de duas formas: ou estão armando uma saída honrosa do Grupo Izzo que teria 120 dias para liquidar as pendeências com os bancos que emprestaram o dinheiro para recompor o capital de giro e com os consumidores que viessem a terminar com os estoques; ou estão concedendo uma "moratória" para o Grupo Izzo arrumar a casa e permanecer como revendedor junto com o novo parceiro.
A estratégia da HD para a superar a crise é uma incógnita. As idéias colocadas pelo Paulo Couto me parecem razoáveis, mas se fosse eu o dono da fábrica manauara não me contentaria em fabricar 5000 motos/ano (mais ou menos 1% da venda mundial anual). Um modelo interessante seria uma softail ou uma touring adotando o motor Revolution da Porsche aumentado para 1340cc: soluciona os problemas para atender as normas anti-poluentes, melhora a performance da motocicleta e dá mais conforto ao piloto... mas é só uma idéia.
Especulo que os motivos que levaram a H-D a requerer o segredo de justiça são os seguintes:
a) não lavar roupa suja em público, pois muita coisa "interessante" acaba sendo dita quando ocorre um litígio;
b) evitar o congelamento das vendas no período de "aviso prévio" no qual o G.Izzo está confinado, pois a venda de motos zero será seriamente afetada nesse período, pois aqueles que sabem da situação terão o receio de colocar um cheque de milhares de reais nas mãos de uma empresa que está com os dias contados;
c) evitar queimar a imagem caso o G.Izzo vença o processo.
É lenda dizer que as motos não enquadrão em emissões, a california que é mais rigida elas estão enquadradas(kit costa oeste), os aumentos nas cilindradas e injeções eletronicas, sempre vão dar conta do recado(mesmo que se perca um pouca das caractristicas).
O problema no brasil é distribuição/logistica, pós vendas,satisfação com a marca, se tivesse vendendo 30000 motos ano podia até vender carne junto que HD USA não estava preocupada. Acharam um pezinho pra por pra fora grupo izzo e já vai tarde.
Uma coisa que é curiosa nesse "imbroglio" é a questão da quebra da obrigação de exclusividade.
Há anos que o G.Izzo comercializa as motos Triumph, Ducati, MV agusta ( antes da "harleyrização"), Malaguti etc.
Certamente que a H-D sabia disso.
O que não sei é se o CNPJ usado para a venda dessas outras marcas era o mesmo da HDSP.
Se for - ou mesmo se não for -, de certa forma o comportamento do G.Izzo era consentido, o que pode implicar na aceitação, ao menos tácita, de alteração contratual que findou a obrigação de exclusividade.
Gege - eu também posso estar equivocado, mas penso que uma Sportster R, por exemplo, é uma moto bastante semelhante em proposta a uma Boneville ( aliás, adoro essa moto), apenas mudando o sotaque de um para outro lado do Atlântico.
André - Mas se o CNPJ usado é o da HDSP, será que isso começou recentemente ou perdura desde quando eles começaram a vender as outras marcas??