APENAS UMA REFLEXÃO À POPULAÇÃO BRASILEIRA: ESSAS PESSOAS SALVAM SUAS VIDAS, SEU PATRIMONIO E SÃO COMPLETAMENTE ESQUECIDAS PELA SOCIEDADE, PELO ESTADO, PELA POLÍTICA, POSSUEM UM SÁLÁRIO MISERÁVEL [/b]QUE MAL DÁ PARA ALIMENTAR SUA FAMILIA E DAR DIGNIDADE!
Verdades sobre a vida Policial Militar
Como
POLICIAL MILITAR, enfrentei
O MAIOR CHOQUE CULTURAL DE MINHA VIDA, ao ter de argumentar com todo tipo de pessoas, do mendigo ao magistrado, entrar em todo tipo de ambiente, do meretrício ao monastério.
Como
POLICIAL MILITAR, fui PARTEIRO, quando não dava tempo de levar as grávidas ao hospital, na madrugada;
Como
POLICIAL MILITAR, fui psicólogo, quando muitos dos colegas discutiam com as esposas, diante da incompreensão dela com a profissão do marido;
Como
POLICIAL MILITAR, fui psicólogo novamente, quando após horas de conversa fiz um suicida desistir de se matar;
Como
POLICIAL MILITAR, fui assistente social, quando tinha de confortar
A MÃE DE ALGUMA VÍTIMA assassinada por não possuir algo de valor que o assaltante pudesse levar;
Como
POLICIAL MILITAR, fui borracheiro e mecânico, ao socorrer idosos e deficientes com pneus furados e um carro quebrado;
Como
POLICIAL MILITAR, fui pedreiro, ao participar de mutirões para reconstruir casas destruídas por enchentes ou quarteis que não recebem o minimo de estrutura do Estado;
Como
POLICIAL MILITAR, fui paramédico fracassado,
AO VER UM COLEGA IR A ÓBITO A BORDO DA VIATURA;
Como
POLICIAL MILITAR, fui paramédico realizado, ao retirar uma espinha de peixe da garganta de uma criança;
Como
POLICIAL MILITAR, fui salva vidas, ao pular em um rio e não deixar um pai de 5 filhos se afogar;
Como
POLICIAL MILITAR, fui apedrejado por estudantes da mesma escola na qual estudei E FUI PROFESSOR, por pessoas do mesmo grêmio do qual participei;
Como
POLICIAL MILITAR, fui professor quando ministrei palestras em escolas;
Como
POLICIAL MILITAR, fui obrigado a me tornar gladiador em arenas repletas de terroristas, que são os membros de torcidas organizadas, em jogos de times pelos quais nem torço;
Como
POLICIAL MILITAR, sobrevivi a cinco graves acidentes com viaturas, nunca a menos de 120km/h, na ânsia de chegar rápido àquela residência onde a moça estava sendo estuprada ou na qual um idoso estava sendo espancado;
Como
POLICIAL MILITAR, fui juiz da vara cível, apaziguando ânimos de maridos e mulheres exaltados, que após a raiva uniam-se novamente e voltavam-se contra a POLÍCIA;
Como
POLICIAL MILITAR, fui atropelado numa BLITZ, por um desses "cidadãos" QUE AFUNDOU O PÉ NO ACELERADOR E PASSOU POR CIMA DE VÁRIOS COLEGAS;
Como
POLICIAL MILITAR, arrisque-me a contrair vários tipos de doenças, ao banhar-me com o sangue de vítimas às quais não conhecia, mas que tinha OBRIGAÇÃO de TENTAR salvar;
Como
POLICIAL MILITAR, arrisquei contaminar toda a minha família com os mesmos tipos de doenças, pois ao chegar em casa, minha esposa era a primeira a me abraçar, nunca se importando com o cheiro acre de sangue alheio, nem com as manchas que tinha de lavar do uniforme;
Como
POLICIAL MILITAR, fui juiz de pequenas causas, quando EM MINHA FOLGA, alguns vizinhos me procuravam para resolver SEUS problemas;
Como
POLICIAL MILITAR, fui advogado, separando, na hora da prisão, os verdadeiros delinquentes dos ?LARANJAS?, quando poderia tê-los posto no mesmo barco;
Como
POLICIAL MILITAR, fui o homem que quase perdeu a razão, ao flagrar um pai estuprando uma filha, ENQUANTO A MÃE O DEFENDIA;
Como
POLICIAL MILITAR, fui guardião de mortos por horas a fio, sob o sol, a chuva e a neblina, à espera do RABECÃO, que, já lotado, encontrava dificuldade para galgar um morro mais alto, ou para penetrar numa mata mais densa;
Como
POLICIAL MILITAR, fiquei revoltado, ao necessitar de um leito para minha esposa PARIR não encontrei, e ao chegar NO HOSPITAL , deparar-me com um traficante sendo operado por um médico particular;
Como
POLICIAL MILITAR, fui o cara que mudou TODOS os hábitos para sempre, andando em estado de alerta 25 horas/dia, sempre com um olho no peixe e outro no gato, confiando desconfiado.
Como
POLICIAL MILITAR, fui xingado, agredido, discriminado, vaiado, humilhado,
espancado, rejeitado, incompreendido.
Na hora do bônus, ESQUECIDO;
Na hora do ônus, CONVOCADO.
Tive de tomar,
em frações de segundo, decisões que os julgadores,
no conforto de seus gabinetes, tiveram
meses para analisar e julgar.
E mesmo hoje, calejado, ainda me deparo com coisas que me surpreendem, pois afinal AINDA sou humano.
Não queria passar pelo que passei, mas fui VOLUNTÁRIO, ninguém me laçou e me enfiou dentro de uma farda, né? Observando-se por essa ótica, é fácil ser dito por quem está ?DE FORA?.
AMO O QUE FAÇO E O FAÇO PORQUE AMO. Tanto que insisto em levar essa vida, e mesmo estando atualmente em outra esfera do serviço policial, sei que terei de passar por tudo de novo, a qualquer hora, em qualquer dia e em qualquer lugar.
E O FAREI, SEM RECLAMAR, NEM RECUAR.
Porque se o Senhor não guarda a cidade, em vão vigia a sentinela.
Fazemos nossa parte:
VIGILANTIS SEMPER!
Que Deus abençoe a todos.
fonte:
diario de um PM