Jean_SP escreveu: Resumindo, só existe esse tipo de ""comercio"", pq tem quem compre.
é..mas como o consumidor fazer pra evitar comprar alguma coisa que não tem..e sem a tal peca a moto não anda...? não tem pessoa que odeie mais bandido e peça roubada do que eu...pois eu mesmo ja tive uma moto roubada (janeiro desde ano de 2012) com um revolver na minha cara...no meio do transito movimentado das 7:30 da noite...., e a moto tinha apenas7 dias de comprada....
aconteceu assim: estava andando no transito lento quando a outra moto emparelhou...o garupa apontou o revolver..mandou: encosta! encosta!...e eu encostei e entreguei.... e eu ainda estava decidindo que seguro eu ia fazer...perdi tudo pelo pé!....
agora a situação, que provavelmente me fez comprar uma peça roubada:
uma das minhas motocicletas tem 3 anos de uso e está fora de linha a 3 anos...comprei e a suzuki tirou de linha..lindo, não?
quebrou um mancal do cabeçote (pecinha que segura os comandos de valvula)...fui atras da SUZUKI e me informaram que esta peca não é vendida separamente,que já vem somente junto com o cabeçote....e que eu precisaria comprar o cabeçote inteiro (ao preçinho basico de 5.974,00 reais) ....por causa de um mancal, que, se fosse vendido novo e separadamente não poderia custar mais de 100,00 reais....
fui obrigado a telefonar pra uma bitaka dessas da general osorio, depositar 70 reais + 50 de sedex numa conta poupanca com nome de particular.... e comprar o mancal usado de uma moto que certamente pode ter sido roubada ( ou pode ser desmanche legal de moto acidentada) mas é impossivel de saber...
o fato é.... como posso pagar 5,974 num cabecote inteiro de uma moto que vale 13.500,00 reais? (por causa de uma peça que custa 100,00) e que a querida suzuki não vende separada)
desculpe, mas eu venderia a moto no estado e ia procurar outra, provavelmente que não fosse Suzuki.
Sem procedência, o próximo fornecedor do mancal pode ser você mesmo.
Mas, infelizmente a atitude mais frequente é encomendar a peça para fazer a moto voltar a andar e depois se pensa no que foi feito.
Cada um precisa tomar as suas decisões e aguentar as consequencias. Eu insisto na tese de evitar as peças de procedência duvidosa para não alimentar o mercado de peças roubadas.
A questão é complicada:
De um lado as montadoras que falham em disponibilizar peças para seus produtos. Tanto em número como em custo. E de outro, o mercado negro que se aproveita dessa situação pelo mercado criado pelas próprias montadoras e suas concessionárias,
Sinceramente, quem que diante de uma discrepância tamanha de preços não fica balançado. Eu pessoalmente fico com medo ao saber que estou montado sobre um objeto de vários desejos além dos meus puros e sinceros.
Passo a pensar que é mais vantagem vender uma moto em pedaços do que "dá-la" em troca de uma nova na concessionária.
Não há como negar a ganância desenfreada da indústria e do comércio, principalmente para com os consumidores brasileiros.
Costuma-se culpar o governo, mas se retirarmos os impostos dos produtos, continuam os carros e demais industrializados e montados como os mais caros do mundo.
Resumindo : NA DÚVIDA, ABSTENHA-SE.
Sempre na boa / sempre de moto - Biker since 1975.
como já postei antes, vai da consciência de cada um.
A questão de desmontar sua moto e vendê-la aos pedaços é cultural. Poucos estão acostumados a procurar peças usadas ou recondicionadas como é feito nos EUA ou na Europa.
A autorizada acostumou seus clientes a trocar peças sem procurar motivo da quebra ou se não existe uma solução alternativa.
Tome o exemplo do mancal: será que é impossível usinar um mancal que possa ficar no lugar do mancal quebrado? Só um mancal Suzuki resolve o problema? Não existe peça similar sendo vendida por outra marca?
A oficina autorizada vai dizer que precisa ser original para dar garantia, mas o serviço também deve ser garantido. Portanto se eu levar a peça e pedir para ser trocada e a oficina fizer o serviço, teremos oito meses de garantia no serviço e zero meses para garantia da peça.
Se for inviável usinar uma nova peça ou não existir uma peça similar, melhor vender a moto para não ficar refém da fábrica.
Se a opção é usar sempre os serviços da autorizada e peças originais, quando acabar a garantia, venda o bem e compre outro novo para se manter dentro da garantia.
A BMW está propondo uma solução intermediária: extensão de garantia. Você paga e amplia o tempo de garantia te permitindo evitar problemas como esse do mancal e manter a originalidade da moto. E garantia é como seguro, só se dá valor no momento em que é necessário usar.
As HDs tem um amplo mercado de similares, de peças usadas (e-bay americano tem grande oferta) e as marcas after market já tem bastante tradição.
Saindo das motocicletas, o segmento 4x4 também tem grande tradição em refazer peças, compras em ferro velho (muitos carros simplesmente acabam nas trilhas) e por conta disso você tem um baixo índice de roubo no segmento: simplesmente não existe mercado negro porque o jipeiro não compra peça sem procedência.
Respondendo uma pergunta que fiz antes: quem compra peça sem procedência dentro da comunidade harleyra é o proprietário que não se interessa em participar de encontros, passeios e quer simplesmente ter a moto e para ter a moto precisa transformá-la em uma máquina de exposição para ir ao café da manhã do dealer ou na oficina da moda ou ainda levar a moto na carreta para evento oficial da marca. Esse cara quer aparecer e sequer cogita gastar R$1000 em uma bateria original (preço do dealer... já consultei), mas não se incomoda em colocar aquela bateria "esperta" por R$100 que ele encontrou na boca, ou que o mecânico do dealer arrumou na "molezinha". Agora gastar R$2000 em um casaco HD ele faz sem piscar... saca o AMEX Platinum e manda ver na frente dos amigos.
O proprietário que usa a moto conhece outros proprietários e na maior parte das vezes vai receber uma sugestão de como importar, qual marca faz peça similar e onde pode encontrar o que está procurando.
Neste sábado teremos a quinta edição do Garage Sale aqui no Rio. E o que é o Garage Sale? Um bazar de peças usadas que o cara trocou e quer vender. É uma festa, um evento para encontrar amigos e muitas vezes achar o que você está procurando. Quantas comunidades fazem isso além dos harleyros? E quem for lá vai encontrar muitos escudos de MC, muita gente com suas HDs, mas muito poucos pilotos de fim de semana porque esses se sentem mal no meio da comunidade... não tem para quem contar sobre o preço do último acessório ou o valor da jaqueta.
Não compro peça sem procedência e se todos continuarem a fazer isso, garanto que em breve você não encontra mais nenhuma peça HD em boca, simplesmente porque o receptador não vai comprar o que não consegue vender e se o receptador não compra, o "fornecedor" não arruma peça para o estoque. Isso sempre aconteceu nas HDs e é preciso conscientizar os novatos que estão entrando na brincadeira... se deixar pela tradição de levar vantagem em tudo, em breve será considerado normal comprar uma peça por 10% do preço na Gal. Osório.
Se a minha moto parar e não encontrar solução, vendo no estado em que se encontrar, desmonto e vendo aos pedaços, entubo o prejuízo ou qualquer outra solução exceto encomendar uma peça a um receptador notório. Questão de foro íntimo: não cobro de ninguém aquilo que eu mesmo não faça.
Confesso que achei meio utópico e pouco usual as respostas que vieram após a questão levantada pelo colega sobre o problema com sua Suzuki.
A partir do comentário do Soueu acho que os amigos colocaram opiniões que são mais fáceis de colocar em prática no dia-a-dia. Ao menos para o boa parte dos motociclistas desse país que compra a moto para transporte e não como lazer.
As opções de mandar um torneiro fazer e de aquisição da peça no ebay são muito válidas, mas, ainda assim, tenho a impressão que a extensa maioria das pessoas partiria para solução que o colega chegou e, nesse caso, isso me parece muito mais um reflexo de um problema que as próprias montadoras trazem do que má fé dos consumidores em adquirir um produto paralelo e/ou sem NF.
Diniz escreveu: Confesso que achei meio utópico e pouco usual as respostas que vieram após a questão levantada pelo colega sobre o problema com sua Suzuki.
A partir do comentário do Soueu acho que os amigos colocaram opiniões que são mais fáceis de colocar em prática no dia-a-dia. Ao menos para o boa parte dos motociclistas desse país que compra a moto para transporte e não como lazer.
As opções de mandar um torneiro fazer e de aquisição da peça no ebay são muito válidas, mas, ainda assim, tenho a impressão que a extensa maioria das pessoas partiria para solução que o colega chegou e, nesse caso, isso me parece muito mais um reflexo de um problema que as próprias montadoras trazem do que má fé dos consumidores em adquirir um produto paralelo e/ou sem NF.
É Diniz, assim mesmo.
Eu, nos anos 80 e 90, trabalhei de mecânico de autos, e, ao contrário de muitos na época, recorria ao torneiro mecânico ou às retificas, para determinadas peças, de motor, que não se encontravam nas ccs e nem nas auto peças.
Não toquei - e nem vou tocar - no assunto de justificar o problema, tampouco estou entrando no mérito. Acho que isso está claro no meu post. Estou, apenas, "fotografando" a problemática.
Os vinte e tantos daqui não representam em muitos aspectos uma maioria, seja por uma condição econômica melhor, seja por amor à moto ou conhecimento sobre ela. E, mais uma vez, sem juízo de valor.
Acredito que isso interfira diretamente na solução (ou não) da problemática também, podendo ser para pior como para melhor.
É indiscutível que os colegas que aqui estão opinando são pessoas de bom senso e ética. Até porque não acredito que pessoas sem bom senso aqui estariam.
Todos aqui prezam por uma coletividade harmonia e coesa. Mas embora isso não seja uma utopia, também estamos bem distante disso. Dessa forma é evidente que os caminhos fáceis são os preferidos da maioria das pessoas.
Falta-nos cultura para adentrarmos em uma ética mais equilibrada. Vemos muitos pais desde cedo incentivando seus filhos a serem "espertos" e apontando para pessoas como nós, dizendo sermos otários.
Falta educação, formação... Mas tem um sábio ditado que diz " Se não aprende pelo amor, aprende pela dor "
Sempre na boa / sempre de moto - Biker since 1975.