Sim cara, tu não faz idéia do que foi para mim achar essa 'bendita', pois como você disse, a '66, simplesmente desaparaceu e hoje, é praticamente toda I-40, I-44 e I-55, no início em Chicago.
Só num trecho, perto de Albuquerque, que, no Mapa ela ganha a Identificação de Route 66, assim mesmo um trecho curtíssimo, que não chega a 15 kms.
Minha base, e 'pulo-do-gato, para este achado e finalmente conseguir traçar a rota, foi este site:
http://www.rota66.org/21769/24722.html
que encontrei por acaso e a partir daí pude então ter algum referencial da '66.
De qualquer modo, foi como você falou, serviu de experiência e, é um 'gancho' para no futuro você voltar e concluir já que vale a pena cruzar a América por esta lendária Rodovia, palco de tantas aventuras e de tantas histórias.
Viajando o Mundo em sua Kansas 150cc - No momento em Milton, Florida, EUA
Saímos do Grand Canyon e entramos no território da Nação Najavo, onde vc. só deve parar para abastecer e tomar cuidado com as picapes velhas, normalmente dirigidas por índios... navajos nem sempre sóbrios.
80 milhas a serem percorridas sem parada, noite começando.
Festival de cabo enrolado numa estrada perfeita, andando de 75 milhas prá cima ( o limite é 65 mph) normalmente acima de 80 mph.
Eu olhava para os lados e via aqueles chapadões coloridos e ficava imaginando a hora em que apareceria aquela fileira de índios descendo morro abaixo com os rifles em punho.
Para mim um mito se desfez: o de que Harley americana esquenta menos.
Podem acreditar que com gasolina premium ( 93 octanas) esquenta a mesma coisa que a nacional e anda do mesmo jeito.
O que notei de diferente mesmo foi que todas produzem um som muito mais legal pelo escapamento.
A "minha" Fat boy estava rodada ( mais de 40.000 milhas ), mas o motor estava redondo, só falhando nas últimas 50 milhas antes de Las Vegas, onde se recusou a andar acima de 90 mph ( não vi guarda na estrada...).
Levando em consideração que era uma moto de aluguel, fico com a certeza de que nossas motos, tratadas que são a pão-de-ló, durarão muito.
O legal é o povo na estrada, todos se cumprimentando ( braço esquerdo esticado para baixo fazendo o sinal de "ok" ou "paz e amor".
Em algumas paradas nosso grupo virou atração turística.
Paramos no Bagdad Café junto com um ônibus com turistas franceses.
Pois os franceses ficaram tirando fotos nossas e do Bagdad Café!!!
Foi muito divertido.
Em outra parada veio um cara gigante conversar conosco.
Ele viu minha jaqueta com o "patch" de aniversário do Hog internacional e pode crer que isso lá abre portas junto aos harleyros de carteirinha.
O cara tinha 2 Harleys: uma low rider e uma Fat boy ou Heritage, não lembro ao certo, e estava se divertindo com o fato de que estarmos andando de moto com uma temperatura próxima a zero grau ( ele estava de picape).
O que ficou de impressão forte foi que o harleyro médio americano é muito diferente do brasileiro, pois a moto é muito disseminada e entranhada na cultura deles.
Como regra não há gente de nariz empinado porque tem uma Harley.
O lado negativo é que nos grandes centros há risco de furto, motivo pelo qual as motos da EagleRider, por exemplo, são alugadas com trava de disco ( tipo shena) e cabo de aço.
À noite, nos estacionamentos dos hotéis, a gente amarrava as motos umas nas outras ( 5 motos: 2 Heritage classic; 1 fat boy; 1 electra glide e 1 road king ).
Os postos de gasolina não têm frentista e a gente é que precisa fazer todo o serviço; no meu caso o reabastecimento terminava não raras vezes com um certo banho de gasolina na moto .
O saco é que o procedimento é o seguinte:
a) encosta a moto na bomba;
b) vai até o loja de conveniência do posto, informa qual o nº da bomba e deixa um depósito ( prá moto 20 doletas dá e sobra);
c) abastece a moto;
d) retira a moto da bomba; e
e) volta à loja de conveniência para pegar o troco.
Uma coisa que eu não sabia ( ) é que no Deserto do Mojave a Rota 66 segue paralela e muito perto da Auto-estrada que a substituiu
Anda tão perto que dá prá vc. ficar vendo o movimento na Highway.
O engraçado é que do lado oposto fica a ferrovia, onde seguem comboios de três locomotivas e mais de 100 vagões.
A Rota 66 fica espremida entre a auto-estrada e a via férrea.
Aí, de repente, as vias de cruzam, seja em mesmo nível, seja por viadutos ou passagens subterrâneas.
Fiquei por várias vezes acompanhando trens ( andam ao redor de 65 mph ) por mais de 10/12 minutos, sempre ao lado do mesmo vagão.
Em L.A. fomos a uma revenda Harley-Davidson chamada BARTEL´S, que fica em Marina Del Rey.
Pois bem, seguimos um bom trecho pela praia e então pegamos uma avenida larga à direita.
Como a Bartel´s ficasse à esquerda de nossa mão de direção, entramos e paramos numa faixa central que existe exatamente para que as pessoas possam acessar as lojas do outro lado da avenida, sendo necessário para isso, evidentemente, cruzar a pista.
Como o movimento era muito intenso, era preciso decisão e rapidez para atravessar as pistas com as motos fazendo uma curva.
Nosso guia, que estava com uma Ford Expedition ( faz a Explorer parecer uma Ecosport) acelerou e passou.
Um companheiro nosso, de Heritage, seguiu colado nele.
Entrando no estacionamento, a Expedition teve de frear bruscamente e nosso amigo freiou, tentou desviar e derrubou a moto.
Acelerei e atravessei a avenida.
Enquanto procurava um lugar para estacionar, vi que os dois funcionários da Bartel´s, que já estavam ajudando a levantar a primeira moto, saíram correndo em direção à avenida.
O motivo: outra moto tombou, desta feita na faixa de travessia.
Resultado: entramos "triunfalmente" na Bartel´s, com 2 de 5 motos caindo nas barbas deles.
Eram umas 3 da tarde e paramos no Roy´s, que fica entre nada e lugar nenhum no meio do deserto, numa cidade chamada Amboy.
Por mais que me esforçasse não vi a cidade apesar de me garantirem que estava nela e dentro do perímetro urbano.
Bom, estava no Roys o nosso grupo ( cinco H-D) e outro grupo de americanos com outras 5 ou 6 motos, inclusive uma Valkyrie azul muito bonita, além de um motorhome e dois carros.
O povo estava quase todo dentro da lodjinha comprando água, muita água, e vendo os souvenirs.
Pois não é que o dono da bagaça manda todo mundo sair, fecha a lodjinha, monta em um carro que acabara de chegar e se manda??
Ficamos todos lá, do lado de fora, assistindo à insólita cena.