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Carro a álcool polui mais?
[font="arial,helvetica,sans-serif"]A
emissão dos veículos alimentados a etanol é inexistente porque tudo o
que é emitido é absorvido no crescimento da cana-de-açúcar .
LUIZ GONZAGA BERTELLI* [/font]
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Recentes dados do Ministério do Meio Ambiente divulgam que o etanol
(álcool) pode poluir tanto quanto a gasolina. Na análise, foram
consideradas as emissões de três gases poluidores: monóxido de carbono
(CO), hidrocarbonetos (HC) e óxidos de nitrogênio (NOx).[/font]
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Diante da repercussão negativa do noticiário, o titular da pasta,
Carlos Minc, apressou-se em afirmar que o etanol é: “sem dúvida, o
combustível menos poluente”. O etanol tornou-se, assim, contrariamente
às duras críticas sofridas pelo programa em seus primórdios e que,
agora, pretendem ressuscitá-las, um poderoso e cada vez mais eficiente
instrumento de preservação ambiental. [/font]
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Com efeito, a emissão dos veículos alimentados a etanol é considerada
inexistente, porque, reconhecidamente, tudo o que é emitido é absorvido
no crescimento da cana-de-açúcar. A cana-de-açúcar, durante o seu
crescimento, absorve o dióxido de carbono emitido na queima do etanol. [/font]
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Desta forma, é um combustível renovável, ambientalmente sadio e que
diminui a quantidade desse gás na atmosfera, não contribuindo, em
decorrência, para o agravamento do chamado efeito estufa, como enfatiza a
cientista, Suzana Kahn Ribeiro, da UFRJ. [/font]
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Nenhum especialista de qualidade discorda, atualmente, dos perigos do
efeito estufa. A divergência reside apenas, quanto ao tempo de fusão do
gelo das calotas polares e outras dramáticas conseqüências.[/font]
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Hoje, 90% dos carros vendidos no Brasil são “flex”, ou seja, motores à
gasolina, adaptados para o funcionamento, concomitantemente, com o
etanol, o que, em decorrência, diminui a eficiência desse último. [/font]
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Em 1984, o prof. Urbano Stumpf, o pai do motor a álcool, ao receber o
prêmio IBM de Ciência e Tecnologia, declarou que o motor a álcool
(stricto sensu) ainda não existe, pois os automóveis brasileiros têm
motores perifericamente adaptados para o uso do combustível vegetal da
cana. Dizia o saudoso mestre do CTA/ITA, que jamais ocorreu que se tenha
procurado desenvolver um combustível para o motor. Ao contrário, sempre
ocorre que o motor seja fabricado para o combustível já existente. [/font]
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Realmente, nunca houve o interesse do desenvolvimento de motores
especialmente para o etanol, inclusive em potencias superiores de 130
HP, particularmente entre 200 e 300 HP, o que poderia substituir o
diesel, com absoluto sucesso. [/font]
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Devemos esperar, portanto, um maior desenvolvimento dos motores “flex”,
com maior empenho, economicidade e redução das emissões. Matéria
exibida no “Fantástico” informa que os níveis de poluentes emitidos
pelos veículos não devem ser atribuídos ao combustível e sim à
tecnologia aplicada pelas montadoras na fabricação dos veículos “flex”. [/font]
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O que se deve ponderar no tocante ao “ranking” do Ministério é que ele
deixa de levar na devida conta relevantíssimos aspectos, como a emissão
de monóxido de carbono (CO²), de SO² e de partículas, todas elas muito
superiores na gasolina. O CO² é originário, principalmente, da queima de
combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) em ordem de
importância. [/font]
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Ou seja, enquanto o teor permitido de enxofre na gasolina é de 1000
partes por milhão (ppm) e o efetivamente praticado em torno de 350 ppm, o
teor médio no etanol é de 3 ppm.[/font]
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Em decorrência, a gasolina tem cerca de 100 vezes mais enxofre que o
etanol, o que permite concluir que a emissão de SO² na gasolina é,
também, uma centena de vezes maior, acarretando impactos sensivelmente
superiores no meio ambiente e, desastrosamente na saúde da população,
alertam os médicos. [/font]
[font="arial,helvetica,sans-serif"] No caso do CO², o etanol possibilita uma emissão evitada de CO² de até 90% da similar emissão de gasolina. [/font]
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Para o profº Plínio Nastari, professor da FGV-SP, os aldeídos emitidos
pela queira do etanol são basicamente acetaldeído, primo químico do
vinagre que colocamos na salada, enquanto os aldeídos emitidos pela
queima da gasolina são basicamente formaldeído, algo muito próximo do
formol, usado para conservar cadáveres. [/font]
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Daí, a infelicidade governamental na expedição da nota, sem a previsão
dos dados, que contribuam, efetivamente, para a melhor análise do
comprador do veículo, resultando na confusão gerada. [/font]
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Ademais, isto ocorre, quando o principal assunto da próxima reunião da
cúpula da ONU, marcada para Copenhague, na Dinamarca, em dezembro
próximo, vai discutir um novo tratado para o clima, que substituirá o
protocolo de Kyoto. [/font]
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Para o presidente da UNICA, prof. Marcos Jank, “é decepcionante
constatar que, quando finalmente surge um indexador, tão desejado, as
emissões de dióxido de carbono ficam de fora, ignorando a existência de
grandes esforços mundiais para desenvolver e adotar os chamados
combustíveis de baixo carbono”. [/font]