cros escreveu: Muito dificil saber o que se passa na cabeça desses caras, mas certamente está ligado a aumentar seus lucros.
PRA MIM, a retirada da Sahara, da CBzona, das XL's, da Virago 250, da Intruder 250 todas motos fortes e que aguentavam o tranco, foram mais por esse motivo, não davam problema então sai fora.
Isso ocorre com carros tbm, exceto é claro, quando sao verdadeiros micos.
Interessante a sua colocação. Acho que não é de agora que os problemas de projeto ou falhas diversas são notados com maior frequência. Claro, devemos considerar que hoje em dia a informação não reconhece fronteiras, sua abrangência é enorme, e se espalha numa velocidade que, há uns 20 ou 30 anos, era inimaginável. Isso poderia explicar, ao menos em parte, essa grande quantidade de reclamações referentes aos mais variados produtos (incluídos aí as motocicletas e automóveis).
Licença feita à tecnologia da informação, não há como negar que os produtos oferecidos antigamente eram mais robustos e duráveis (o que não significa, a rigor, que fossem mais eficientes em tudo). É muito mais fácil você encontrar um Fusca ou uma CB Four inteiraços que um gol "Bolinha" (meados doas anos 90-início de 2000) ou aquelas primeiras Titans "nova geração" (a partir de 2001). A qualidade dos materiais caiu, em prol de maior rotatividade de componentes e serviços de manutenção e correção.
As empresas deixaram de focar nas vendas em longos intervalos de tempo - ainda que por um preço alto - para privilegiar o volume maior em curto prazo, por preços ligeiramente menores, aliados aos ganhos com maior quantidade de serviços de pós-venda, mantendo assim um fluxo de caixa constante e crescente. Essa teoria tem fundamento e é amplamente difundida, não só no Brasil: trata-se da chamada "obsolescência planejada", que ganhou força no período pós-guerra, mais especificamente na década de 50, originando-se no mercado norte-americano (do qual o nosso importou boa parte das práticas e teorias empresariais). O interesse maior era produzir não para durar, mas para ter vida predeterminada, que forçasse uma nova compra num intervalo de tempo gradativamente menor. Com o passar dos anos, a vida útil dos produtos foi caindo, e para que o público não percebesse esta considerável perda de qualidade, diversas funcionalidades ou adereços novos foram oferecidos, a título de inovação (embora o mais correto seria compensação).
Hoje em dia, as grandes empresas encontraram no nicho da tecnologia a sua galinha dos ovos de ouro, pois é quase unanimidade que ela custa caro. Assim, você pode inflar o preço do produto à vontade, desde que ele ofereça o mínimo de tecnologia atualizada que o público - ou boa parte dele - não vai se incomodar em pagar mais por isso. Na prática, porém, alguns veículos antigos não são tão inferiorres aos mais novos, e essa diferença se faz notar com mais força nas motos. Uma XLX350, que tem mais de 20 anos, não fica muito atrás da famigerada XRE 300, especialmente em desempenho e durabilidade. A favor desta última, a adoção de Injeção Eletrônica, ABS (ainda que opcional), um painel digital e um banco mais confortável. Pesa contra ela, porém, que nem a mais problemática das Xiselonas encarou tantas visitas à oficina em sua plena juventude (antes dos 50.000 km). O que vale mais afinal, neste caso? Muitos, como eu, prefeririam a distância do mecânico e mais horas de prazer, em detrimento da defasagem tecnológica.