Oi GiggioDiBello!
Seus argumentos fazem sentido, mas eu acho que em algumas situações. Vejamos.
O seu exemplo da batida do carro e a perda do controle do mesmo. Certíssimo... para altas velocidades, coisa incomum no trânsito urbano.
Numa situação de perigo, num acidente, um motorista regular não consegue fazer muita coisa além de segurar o volante e frear. A não ser que tenha algum tipo de treinamento.
Para um motorista estar em alta velocidade no trânsito do dia-a-dia é por que o cara está bêbado, daí não há cinto que resolva, sinto muito. Bem, sinto apenas por quem estiver com ele, por ele não sinto nadinha, rs!
Ok, não serei hipócrita e dizer que eu nunca dirigi bêbado. Eu tive minha fase de irresponsabilidade sim, infelizmente. A minha sorte é que as únicas perdas que eu tive foram financeiras e uma ou outra fraturinha... rs! Hoje, quando eu me lembro dos "dias de glória" eu vejo o quanto eu era inconseqüente, irresponsável, arrogante e fanfarrão. Dá até vergonha. Ainda bem que Deus me trouxe até aqui são e salvo e sem machucar ninguém no processo... ufa!
Numa rodovia, por sua vez, acho válida cada vírgula do seu exemplo. Aí sim o cinto do motorista é questão até da segurança de todos os passageiros e, claro, cada cinto individualmente, mesmo para o motorista que só saiba "pisar no freio". Se ele sequer pisar no freio o carro vai demorar mais a parar. Verdade. Sem falar que ele não vai poder tomar nenhum tipo de providência que cabe ao motorista, como acalmar quem está no carro, sair do carro e sinalizar a estrada, ajudar na remoção dos passageiros, etc. Bem, estou pensando em um acidente onde o motorista, com cinto, conseguiu sair ileso, como o exemplo que você citou.
A obrigação do capacete, por sua vez, também tem argumentos a favor e contra.
O seu exemplo do pai de família, atrasado, caiu como uma luva para mim... Calma, ninguém morreu! rs!
Certa vez, após uma noite na farra, no tempo das irresponsabilidades sem fim, eu cheguei em casa de manhã com tempo apenas para pegar minhas coisas e ir trabalhar. Eu tinha uma CB 450 DX na época. Lindona! rs!
Pois bem, justamente por causa do atraso (e da irresponsabilidade) eu saí desembestado e fui para o serviço. No meio do caminho, lá ia passando eu por um sinal que ficou amarelo e eu acelerei para passar mais rápido quando um carro na via que cruzava a avenida que eu estava cruzou o sinal vermelho. Acho que ele viu o meu sinal amarelo e pensou que ninguém mais fosse passar. Isso acontece todos os dias.
Certo, só que dessa vez tinha gente passando e acertei o carro dele bem no meio. Lembro-me de ter visto o velocímetro pela última vez marcando 120 Km/h. Veja só que crime eu cometi!
Lembro-me perfeitamente do acidente. Quando vi o carro só deu tempo de virar o rosto. Bati em cheio, voei sobre o carro, vi o asfalto passando por baixo e lembrei que logo, logo eu estaria me ralando bem ali, rs! Enfim, uns 15 metros a frente que eu finalmente cheguei ao asfalto. Com uma sorte enorme eu caí rolando. Rolei algumas vezes, parei de rolar, levantei, chamei um táxi que estava passando e pedi para me levar a um hospital. A última coisa que eu disse foi: "- Meu plano de saúde é tal...", rs!
Acordei num hospital, com um soro na veia e a enfermeira dizendo que não havia quebrado nada, mas que eu tinha que ficar em repouso e observação. Depois eu descobri que era "quase nada", rs! Quebrei a "maçã do rosto" do lado esquerdo. Eu tinha duas opções: operar ou não mexer o rosto por seis meses. Preferi a segunda e hoje só eu noto a diferença. Sorte? Talvez. Já explico.
Quando eu era mais moleque, com uns 16 anos, o irmão de um amigo estava chegando em casa com sua moto, uma CGzinha e usando capacete. Quando ele foi encostando a moto na rua a moto simplesmente apagou, ele perdeu o equilíbrio e caiu. Tudo bem, o cara já estava quase parando mesmo e ainda estava com capacete. Todo mundo começou a rir do cara até que a gente viu que ele simplesmente não se mexia...
Resumindo, o cara caiu de forma que ele bateu a cabeça no meio-fio de mal jeito, acabou quebrando o pescoço e morreu ali. Num tombinho inocente. Com capacete. Azar? Será?
Outra vez um amigo doidão, a zilhão, perdeu o controle e bateu num poste. Nem preciso dizer o final. Morreu, claro, com um monte de fraturas, algumas expostas. Na cabeça ele não sofreu nada. Apesar do capacete, na velocidade que ele estava, o dito não adiantaria. O que aconteceu é que foi a única parte do corpo que ele conseguiu desviar do poste. É o que diz quem viu, eu não estava presente nesse dia.
Vou plagiar um ditado, mudando algumas palavras, mas que não mudará, em nada, o sentido:
"Presente é aquilo que acontece enquanto nos preocupamos com o que pode acontecer."
A vida não é feita de "e se". Planeje demais, preocupe-se demais que sua vida passa e você se perdeu nos detalhes. Literalmente.
Olha, eu não acho que deveria ser liberado indiscriminadamente o uso do capacete ou do cinto de segurança, o qual eu sempre usei, menos o capacetão, rs!
Algo mais inteligente, não sei.
Ok. Limitar por idade não é lá o supra-sumo da inteligência, mas então por tempo de carteira. Se você tiver 5 anos de carteira de moto você está liberado, por exemplo. Agora sim você já tem experiência suficiente para saber o que dá certo e o que dá errado e se vai querer parar de usar o capacete.
Dá até para vincular à experiência pilotando, não apenas tempo de carteira. Por exemplo, se você não quiser mais usar o capacete você tem que comprovar na sua carteira de trabalho que seu trabalho dependia do uso diário de moto, ou ainda "puxar um extrato" num Detran qualquer mostrando que você já teve moto por 5 anos.
Que tem jeito de mostrar que o cara teve experiência pilotando e não apenas tempo de carteira, tem. Basta o cara querer ou não andar sem capacete. Se não quiser não precisa ir atrás de documento nenhum. Se quiser, amigão, vá atrás da comprovação, senão sinto muito. A obrigação seria do piloto de provar o tempo de experiência, não das autoridades.
Bem, uma proteção para os olhos, mesmo que um óculos escuro, deve existir. O motivo é simples. Se algum cisco, que já aconteceu comigo quando eu saía sem óculos, bater em um dos olhos você acaba fechando aquele olho de forma instintiva. É automático. Aí sim você se torna um perigo para quem está na rua. Sem experiência suficiente você pode perder a calma e, conseqüentemente, o controle. Daí amigão, "pernas para que te quero" para quem estiver "no alvo", rs!
Quando usava óculos nunca tive esse problema. Inclusive se o capacete estiver com a viseira aberta pode acontecer o mesmo. Comigo já aconteceu. Hoje eu abro a viseira num sinal vermelho para respirar, rs, e depois fecho para seguir andando.
Resumindo, não sou contra o uso, longe disso. Sou contra a proibição indiscriminada sem nenhum parâmetro. Só isso.
Grande abraço e muito obrigado por enriquecer nossas conjecturas, rs!
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