Olá Silverknight, tudo bem?
Como concordamos, é direito de cada um ter e expressar sua opinião. Então permita-me abordar alguns aspectos do seu comentário.
"Importada ... Se o parque fabril da Honda sofreu uma recente expansão, porque não fabricar aqui este modelo..."
Não tenho condições para discutir a estratégia global da Honda, mas o fato é que ela concentrou a fabricação desse modelo na Ásia, e distribui de lá para o mundo todo. Criar uma linha de montagem pode não valer a pena para o pequeno mercado dessa categoria, e é certo que se vender bem ela pode trazer a fabricação para cá assim como a Hornet. É cara no Brasil porque o imposto do país é caro por excesso de protecionismo, vamos lembrar que o preço da ninjinha baixou quando a fabricação foi pra Manaus.
"Dez
patentes só no motor, Bom ! Patente é assim. Eu mudo um parafuso e sua
fixação, e patenteio. Não vejo tanta tecnologia em injeção, duplo
comando de válvulas, cabeçote de quatro válvulas e refrigeração
líquida."
As patentes até poderiam ser sobre coisas insignificantes, mas o fato é que parece que não são. Dê uma olhada no link abaixo:
www.ultimatemotorcycling.com/honda-cbr250r-engine-design
Mesmo que o artigo tenha cara de press-release, dá pra ter uma idéia das mudanças. São novidades que parecem influir positivamente na durabilidade e na diminuição de perdas por bombeamento, o que se reflete na potência igual à CB300R com 50cc a menos. Podia ser bicilíndrica? Poderia, mas a empresa não achou adequado para a proposta. É um exemplo de falta de tecnologia? Não acho. Agora, se a sua necessidade envolve esportividade o problema é do modelo e de sua proposta? Pode ser uma incompatibilidade entre ambas, mas não para o uso a que ela se destina. Seria fácil fazer uma seis-cilindros de 125cc como as RC antigas também, mas será que vale a pena o custo e ter o desgaste de um motor girando a 19000 RPM com uma faixa de potência útil de 1000 RPM?
"Modelo Global. Pelo que sei, não foi bem recebida nos EUA, onde é motocicleta voltada para outro segmento, o dos adolescentes."
Pelo que entendo (não sou especialista nisso) o problema é que nos EUA moto pequena não tem vez. Só algumas marcas de scooter conseguem vender bem, e ainda assim a venda é irrisória perto das grandes. E com as grandes distâncias de lá não dá pra ter moto só pra andar na cidade.
"250 não serve para viajar ... então espera um pouco, que vou alí avisar o
Chinaf, que já viajou mais de 130.000 km com um Fazer mais velhinha que
a sua. E o F.Quebramar, que tambem já viajou muito de 250, e a Lisiane,
de Fazer também, que teve sua aventura relatada aqui no site, e muitos
outros..."
Se reler meu comentário, vai perceber que eu não disse que não serve, escrevi que não foi feita para isso. Já viajei muito com minha fazoca, mas é fácil observar que seu projeto não foi pensado para grandes viagens. É só analisar a ciclística: pouco ângulo de trail para ser ágil, entreeixos pequeno, posição de pilotagem apertada, leve inclinação para frente, banco duro... Essas características de motos "street" são facilmente observáveis. É claro que os "fortes" podem pegar a moto e viajar assim mesmo, mas é claro que seria muito mais agradável, confortável e seguro viajar com uma moto que foi feita para isso.
"Agora, falar que o preço da POP 100 caiu, é brincadeira de sua parte, só pode ser..."
Não foi. Poderia citar outros exemplos em que ocorreu queda no preço por falta de vendas ou aumento da concorrência: Hornet (pode não ter caído na prática por ganância dos concessionários), Shadow e VFR1200 (falta de vendas)... Como sugeri o que reina é a lei da oferta e procura, e o fato é que a Honda vende bem. Poderia vender por menos? Provavelmente sim, não o faz porque espera vendas adequadas mesmo com esse preço. Como aliás fazem todos os outros fabricantes, ninguém vende para perder dinheiro exceto fabricante de videogame que compensa as perdas nos jogos.
O que me irrita (e motivou o comentário) é que a cada lançamento da Honda ou da Yamaha vejo um monte de gente reclamando que a novidade é cara, que não presta, que isso ou aquilo. Mas será que a marca não pensou e fez pesquisas para definir o preço? Se a cada lançamento as marcas vendem (até com o ágio das concessionárias), e vendem bem, será que o preço está alto para o consumidor? O povo reclama tanto assim para continuar comprando! Parece que no mercado de carros um aumento de 1% no preço reflete uma perda de 3% nas vendas, será que a Honda não sabe disso? Claro que sabe, mas sabe que vai ter venda adequada assim mesmo. Outra coisa que me irrita (sou um cara chato mesmo!
) é falar que o produto é ruim porque é caro. A nova moto deve ser ótima para o uso a que se destina? Deve, e várias avaliações internacionais dizem isso, que é boa na cidade e até melhor que a ninja nas curvas (onde a potência faz menos diferença que o peso). Pode ser cara demais frente as concorrentes? Claro que pode, mas não tira o mérito do produto. Só não entendo como uma opção a mais no mercado pode ser uma coisa tão ruim assim. Se frustrou as expectativas só por causa do preço, é só não comprar, quem sabe o preço baixa? Que tal eleger políticos que baixem os impostos absurdos?
De todo modo não é minha intenção irritá-lo e peço desculpas se pareceu que alguma dessas observações foi ofensiva. Só acho que o aumento de opções deveria ser comemorado, pois o aumento da concorrência é um ótimo indício do amadurecimento do mercado. Nem estou interessado em modelos dessa categoria mas acho ótimo, espero que aconteça mais! É a concorrência que reduziu um pouco o preço de motos de cilindrada mais alta (lembro que a XT660R custava oficialmente 27 paus em 2007 ou 2008), por que isso não pode acontecer nas de baixa cilindrada?