Robertcl
Obrigado por ler, e acrescentar seu ponto de vista no meu comentário.
Vejo que somos imbatíveis em nichos de produção de algumas matérias primas chamadas lá fora de comodities:
Produtos pra exportação
- Agronegócio (principalmente soja, café e carnes)
- Extração mineral, onde o minério de ferro ocupa posição de destaque
- Futura, e provável extração e exportação do petróleo do pré sal
- Produtos siderúrgicos brutos e básicos como chapas e vergalhões
- E mais alguma coisa que devo ter esquecido, mas certamente produto primário, de pouco valor agregado.
Produtos pra consumo interno
- Setor de serviços bancários
- Setor de serviços diversos como apoio ao comércio
- Setor de comércio interno
- Geração e transmissão de energia hidroelétrica
- Construção civil
Entretanto todo o setor industrial onde são realizadas várias operações produtivas até se obter um produto final não tem como competir em preço com seus concorrentes externos como já disse pela alta carga tributária, de juros, e do alto custo da mão de obra, onde se embutem custos, nem sempre repassados ao salário do trabalhador, além do alto custo de seguros contra furtos e roubos e do impacto da infraestrutura capenga (portos, aeroportos, estradas, ferrovias etc...) que só contribuem para aumento dos custos do setor.
Ou seja, cada vez mais seremos um fornecedor de matérias primas de baixo preço agregado, ao invés de produzirmos bens de alto valor agragado como estão fazendo nossos concorrentes que adquirem de nós as matérias primas básicas e nos revendem produtos mais sofisticados, mais tecnológicos, e portanto mais caros.
Nesta semana fui numa revenda de carros nacionais, pois estou trocando o meu carrinho velho, e pra minha surpresa os pneus de um tipo de automóvel popular estão sendo importados da China, coisa impensável na época em que o nosso presidente sindicalista era apenas mais um sindicalista.
Imagine um país importando pneus! é o atestado de que não se compensa em nada produzir aquí com todo esse custo em tributos, sendo mais barato importar, os empregos mais bem pagos que estão na área da indústria estão migrando pra fora, e num rítmo muito intenso pra um país que precisa de gerar empregos e renda pra uma geração de jovens que entram todo dia no mercado.
Em determinado instante teremos uma legião de desempregados nas cidades, aumentando ainda mais a criminalidade, mesmo jovens com estudo e profissão, porque não compensa produzir aquí nada que seja industrializado, sendo sempre mais barato importar.
Quando a empresa do grupo Coteminas do nosso vice presidente José Alencar decide fechar fábricas no país e importar tudo da China e revender aquí com bom lucro se pode ver a dimensão que isso representa.
Eu convido, só como exercício, os colegas á verificarem as etiquetas das confecções em qualquer loja do país, a grande, a esmagadora maioria delas já é feita fora do Brasil.
Outro dia meu irmão me mostrou roupas especiais de motociclista que ele tinha comprado e que tinham a marca de uma famosa empresa italiana de confecções do ramo, como sempre fui ver as etiquetas, eram todas feitas fora da Itália, tudo importado do Paquistão, ou seja a competição por menor preço e maior qualidade não tem fronteiras, e as empresas que não se enquadrarem nessa filosofia simplismente morrem.
Tem muita gente competente trabalhando por maior eficiência, redução de preço e aumento da competitividade dos seus produtos, e por outro lado, governos corruptos, esbanjadores e incompetentes, como o nosso, aumentando a carga tributária de quem produz, pra se perenizarem no poder, e assim destruindo empregos como é o caso do Brasil.
A Dafra, a Kasinski, a Coteminas do seu José Alencar, e tantas outras empresas não tem pátria, ou fazem lucro, e sobrevivem, ou são varridas do mapa pela força da concorrência, nem sempre justa e leal.
Estas são as regras do jogo mundial, que na verdade empurram todo mundo pra competição, no anseio de conquistar mercado e gerar lucro e bem estar pra seu povo, não via entrega de cestas-esmolas, pra comprar votos dos miseráveis de forma escamoteada e garantir se manter no poder, mas via estudo, investimento e trabalho duro e sério, numa competição frenética pra gerar um produto extremamente competitivo e "vendável".
Olhando assim nossa industria não tem muito futuro se não entrar no jogo.
Abração,
Zebra
Robertcl escreveu: Ganso,
se vc ainda não viu a resposta, hoje (09/07/09) estava em destaque no motonline, assim que eu entrei.
Zebra, muito lúcida sua visão! BOA, só discordo de alguns "poréns": "como o Brasil ficar para trás no quesito industrialização"... Mas isso é pouco para a visão colocada.
Sds