André RS
Sim, viajar de moto vicia, o Sato com certeza concordará comigo. Depois que você faz uma já começa a pensar na outra, cada vez mais longe, cada vez diferente.
Independente dos problemas que tive na grande viagem deste ano, com certeza ano que vem farei outra pela Argentina e talvez Chile, talvez vá sozinho, talvez com mais uma ou duas pessoas, mas com certeza a viagem sairá. E quem sabe andamos juntos uma hora dessas aí pela BR-116 até a Tenda do Umbu.
Manu
Agradeço os parabéns, e saiba que dentro do possível a viagem valeu a pena.
Sobre dificuldades, continue lendo que verá o grande problema que tivemos, mas especificamente a grande dificuldade prática foi a absurda quilometragem diária que tivemos que rodar, sem intercalar alguns dias rodando com 2 ou 3 dias num mesmo local para retomar as forças. Isso nos estourou física e mentalmente.
Não deixe de viajar, mas sugiro um grupo menor de 4 a 5 pessoas que tenha afinidade e experiência (ou seja, testem viagens menores antes de ir para uma grande), pois assim vocês estarão mais preparados para ter sucesso na empreitada.
Sato/
As dificuldades foram de vários tipos, as principais relacionadas a AUTORITARISMO confundido por alguns com senso de liderança. É óbvio que num grupo grande alguém tem que tomar a frente, decidir, encaminhar coisas... isso é normal, e é o que deve ocorrer. Mas nem por isso deve ser algo de cunho divino, que não merece questionamentos nem discussões de alternativas, só porque uma determinada pessoa quer algo e algumas outras o seguem cegamente. Em se tratando de um grupo onde várias pessoas trabalharam para que a viagem ocorresse, entendo que o ideal é a parceria, decisões discutidas, e não imposições pouco convincentes porque alguém se acha "chefe do grupo" e tem alguns cegos seguidores incondicionais.
O problema é que o grupo era composto de 8 pessoas, só se formou uma "panelinha" em torno da pessoa que planejou o trajeto (seus 2 primos e um "irmão", sabe como é), e aí toda proposta dessa pessoa virava uma "decisão de grupo", já que a panelinha ia atrás e ninguém mais podia opinar pois "estava decidido pela maioria".
E isso era agravado por outros dois "seres pouco pensantes" do grupo, cujo único interesse era seguir alguém, não importava quem, nem para onde.
O fato é que isso criou discussões muito grandes, pois algumas péssimas decisões eram tomadas, mas como havia "respaldo do pequeno grupo", acabavam sendo seguidas, e quem não concordasse com elas que se ralasse. Meu caso e de mais um companheiro, que tendemos a considerar que "uma péssima decisão é só isso mesmo, indepentente de quem a tome".
Relacionado a isso, tivemos diversas situações que tiveram um encaminhamento diferente do que mandava a lógica e o bom senso, com várias decisões sendo adotadas pelo grupo porque eram propostas por uma determinada pessoa, e como metada do grupo ia atrás sem questionar, virou uma pequena ditadura que para mim não serve.
Exemplos:
o "pretenso líder" escolhe o caminho menos adequado para seguir e vai assim mesmo;
se outra pessoa alerta que o caminho está errado, a panelinha não leva em conta e segue o "pretenso líder";
o "pretenso líder" só leva em conta as dicas que ELE vai recebendo pelo caminho (do policial, do do caminhoneiro);
se qualquer outra pessoas recebe dicas das mesmas fontes ele ignora, pois não foram dadas a ELE diretamente;
alguém para num posto pouco antes do local combinado, e o "pretenso líder" resolve seguir, então nos perdemos por uns 250 Km.
É até chato falar isso sobre uma pessoa que respeito em vários âmbitos, mas o fato é que até continuo me relacionando com essa pessoa no dia-a-dia, mas DE FORMA ALGUMA voltarei a viajar com essa pessoa pois só tenho chefe no meu trabalho, e para isso recebo salário.
Fora disso, na minha vida pessoal não tenho e nunca terei chefe (nem a mulher! se bem que ela até aceito às vezes... rs rs), e portanto não vejo como voltar a viajar com pessoas que adotam essa postura.
É meio difícil tratar de um caso tão complicado por escrito, mas acho que deu para me fazer entender.
Abraço a todos e vamos falando.
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