Dia 8
23 de agosto de 2012
Humaita AM a Igapo-Açu via BR319 430 km
De roupa limpa, corpo acostumado a rotina e de animo renovado, levantamos as 4:30, reapertamos a bagagem, 15 litros de combustível, 6 litros de agua, 2 pacotes de bolacha, e 4 refeicoes liofilizadas. Após um café rápido na cozinha do hotel, seguimos rumo ao inicio da 2 fase da viagem q seria atravessar de Humaita a Manaus via BR319 a Rodovia Fantasma, a ideia era seguir ate onde fosse possível e dormir em uma das torres da Embratel, onde possivelmente teríamos um mínimo de estrutura para o pernoite, mas em meu intimo eu sabia q seria capaz de vencer a estrada e chegar na localidade de Igapo-Açu a 430 km de Humaita, q segundo algumas informações desencontradas poderia haver algum apoio com estrutura mínima.
Quando deixamos o hotel pegamos a direita e passamos por um desvio do trevo q estava sendo reformado pelo BEC Batalhao de Engenharia e Construcao, ainda estava escuro e o ar com uma leve brisa fria, fazia sentir novamente a ansiedade do encontro com o desconhecido.
Seguimos por volta de 40 km por um misto de resto de asfalto, buracos e estrada alisada por uma patrola que transformou o terreno em uma estrada arenosa e perigosa, era mais prudente pilotar pelo q restou do antigo acostamento.
Depois deste trecho inicial, deixamos a BR230, q continua ate Labrea AM, paramos para as devidas fotos na placa indicativa da rodovia, e por mais uns 20 km a estrada estava perfeita, ate começar um misto de asfalto, buracos e poaca. Chegamos na localidade de Realidade a 100 km de Humaita, e em uma loja de moveis o Sr. Alaor vende gasolina a R$ 4,00, mas dali mesmo já é possível avistar do lado esquerdo da estrada as instalações de um futuro posto para muito breve.
Continuamos nossa jornada após completar o tanque, não consegui avistar a fazenda dos Catarinas, local sempre comentado pelos viajantes q passam pelo BR319, talvez a tensão me fez ficar muito atento a estrada, e acabei passando sem conhecer este local.
Comecei a ver as torres da Embratel e os postes de madeira com a fibra ótica.
Depois de uns 50 km de realidade, não há mais nada, a não ser a torres.
E somente a uns 30 km antes de chegar em Igapo-Açu, novamente pode se avistar algumas poucas propriedades com casas bem simples.
Encontrei no caminho com 3 equipes de manutenção da Embratel, 2 camionetes do Ibama, 1 corsa, 1 montana e uma moto CG.
De dezenas de pontes q passamos, somente 5 ou 6 estavam bem deterioradas, mas nada q impedisse a passagem, talvez um pouco de mais precaução .
Os últimos 120 km antes de Igapo-Açu parecem ou são os mais demorados, vale lembrar q mesmo sabendo q já estamos chegando é prudente manter a atenção e conter a velocidade, pois em alguns trechos o asfalto volta, e da mesmo forma q vem, desaparece seguido de enormes crateras.
Com o corpo acostumado por 6 dias e 2200 km de estrada de terra, consegui manter um bom ritmo de viagem com segurança, e as 18 horas estava eu no povoado de Igapo-Açu, onde avistei e fui direto para a balsa, conversando com o pessoal me aconselharam que era melhor ficar naquela margem e dormir no Restaurante e Pousada Beira Rio, q teria toda estrutura necessária, e que eu não conseguiria chegar ate outro lugar no mesmo dia.
Na pousada fui recepcionado por Seu Raimundo e Dona Mocinha, pessoas que são uma lenda local e venerados por todos viajantes que passam pela região, me instalei em um quarto com cama de casal e um bom mosquiteiro para proteger-me dos pernilongos.
Logo meus amigos chegaram, todos tomamos banho, em chuveiro com agua bombeada direto do rio, uma delicia, para quem iria dormir no meio da estrada, sem banho e com uma comida industrializada, ter um prato de comida quente e fresca foi inacreditável. Mesmo toda a simplicidade do local q mantinha um gerador para fornecer luz ao local, nos sentimos em um lugar fantástico, difícil encontrar a espiritualidade e o calor humano que recebemos ali.
Hotel Beira Rio 25,00 Jantar + refri + agua R$ 13,00