Interessante a discussão. Várias pessoas aqui que defendem que se pode começar com uma motocicleta maior, julgam que todos terão perfil parecido com o seu. Mas raramente é assim. Aqui é um forum diferenciado, com pessoas diferenciadas. No mundo real, a maioria das pessoas não são mais assim não. Principalmente os jovens de hoje em dia, que acham que são super heróis, a última bolacha do pacote. Sabem tudo de Facebook, Msn, Twitter e acham que isso é demais. Desculpem, mas que geração perdida. Ainda não fizeram nada e acham que podem exigir tudo e são invencíveis. Que mundo distorcido em que vivemos. Há uma forte inversão de valores, uma falsa percepção de que você é o centro do universo e de que pode tudo. E isso tem se refletido até nos mais velhos, que caem nesta lábia da mídia. Mas como eu disse antes, no mundo real o buraco é mais embaixo. E é difícil para muitos perceberem e principalmente aceitarem isso. Por mais que vários colegas mais experientes aqui digam o quanto é perigoso e arriscado isso, é só ver como alguns insistem em dizer que não. Sempre vão haver casos que conseguiram. Mas são a grande minoria. Para a grande maioria o perigo será real e imediato. E as consequencias serão trágicas muitas vezes.Não digo que é impossível se começar com uma moto maior, mas sem dúvida é muito mais perigoso. Porque a margem de erro é mínima, e só se descobre isso depois que as coisas acontecem. Passa-se a contar com a sorte, como o colega acima bem colocou sobre a Hayabusa. Já tive motos de todos os tamanhos e tipos, e digo que se não tivesse começado com uma bela CG 125 83 vermelha (a primeira de tanque quadradinho, quatro marchas e tinha 15 anos, fora as mobiletes desde os 11 anos) certamente não estaria aqui tentando compartilhar esta experiência. E é engraçado que quem defende a idéia de que não é necessária a escadinha, normalmente passou por ela. Os que conseguiram ir direto, certamente tiveram muita sorte, ou muito medo e realmente respeitaram muito a moto. Mas aí, como os colegas disseram, não extrairam nem 5% do potencial da motocicleta, sendo que se tivessem tido motos menores, teriam extraido mais de 80% de cada uma, e teriam uma experiência muito mais completa. Não sabem o que perderam, apesar da sorte de terem sobrevivido. Talvez, se tiverem um mentor, uma pessoa consciente e experiente que ajude, seja possível. Mas o aprendiz tem que ter a cabeça muito boa e principalmente humildade. Infelizmente poucos são assim. Principalmente quando se tem o poder de comprar aquela maquina tão potente e vistosa como primeira moto. Se não tiver muito juizo, sobe na cabeça. Até com a gente que é mais experiente, o risco é constante, e temos que ficar nos vigiando o tempo todo para não abusar delas. Os colegas aqui certamente podem confirmar isso também.Para mim, é como o colega TonRider falou. Certamente ele não teria conseguido o mesmo prazer que tem hoje com a FZ6 se tivesse começado por ela. Porque infelizmente as pessoas compram motos para se aparecerem, e não pelo que elas são e podem proporcionar. Isso só a experiência vai dar a cada um, conforme a capacidade e desejo de cada um.E certamente é muito mais seguro uma FZ6, uma Hornet ou uma Bandit a 160 km/h do que uma CG 150 a 110 Km/h reais. Pois as grandes estarão bem longe dos seus limites, portanto com muita folga de segurança ainda, enquanto a CG está no limite da suspensão, motor e freios. E é isso que as pessoas não entendem. Não há sobra para nada. E é isso que me incomoda na minha ótima moto atual, a Fazer 250. Na estrada não tem sobra nem proteção aerodinâmica. Mas é um foguetinho na cidade. Só que na cidade eu prefiro usar a outra menor, tanto pelo gasto quanto pela praticidade. E por isso tenho pensado seriamente em trocar a Fazer por uma GSX 650F, e embora ache também que seja um exagero, apesar de linda. Infelizmente não temos nada no meio para comprar e vou realmente acabar fazendo isso, espero que ainda este ano, embora como disse antes, a Fazer seja ótima.Veículos maiores, com mais capacidade de segurança, deveriam ter limites maiores de velocidade e mais exigência para serem conduzidos. Isto é a minha opinião, embora eu não saiba como isso se daria na prática. Além disso a habilitação deveria ser por categoria de relação peso/potencia, pois tanto no caso de motos quanto de carros, certos veículos, se mal usados são verdadeiras armas, tanto para o condutor (que só pensa que pode dominá-lo) quanto para terceiros, como foi o caso do colega TonRider.