MINEIROS NO MOTONLINE

12 Mar 2010 08:22 #181 por MANDRUVADOIDAO
Respondido por MANDRUVADOIDAO no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
Num é queu cabei óianu o meu sô!!!!!



Movimentando o MOTONLINE desde Sexta-Feira, 14 Agosto 2009 as 13:35

Sô minêru uai sô!!!
Caboclo du bão.

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12 Mar 2010 08:26 #182 por MATUSA
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Durma-se com um barulho desses...

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12 Mar 2010 08:55 #183 por Bigulino
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diz que mineiro quando vai no banheiro não abre a barguilha, levanta a barra da calça que é mais fácil

comecei uma dieta radical: 0% Brahma, 0% Picanha

em 2 semanas, perdi 14 dias

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12 Mar 2010 12:43 #184 por MANDRUVADOIDAO
Respondido por MANDRUVADOIDAO no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
Mai é vredade vredadêra memo sô.


Ói qui conteceu cu vigá da paróqui de lá...


Padre Anacleto ia pra Perdição. Estradinha a fora, cheia de buracos e de poeira, dirigindo seu fusquinha velho. Curva em cima de curva. Matão danado em volta. Se Tabuí já é sertão, imagine só o que era o sertão de Tabuí. Fusquinha ora engasgava, ora tremia, ora dava umas rateadas, mas ia indo. Subida então, era um desarranjo. Carrinho aprontava berreiro danado, soltava fumaça por tudo quanto é buraco, mas ia rodando. Seu vigário um tanto quanto pesado.
Aí chegam os dois, Padre Anacleto e o fusquinha, no matão mais fechado. Aquele onde todo mundo falava que tinha umas onças… Bichanas nem podiam sentir cheiro de carne humana que tavam em cima da carniça. De tão fechado o mato, parecia até que tinha escurecido. E, para arrematar, povão dizia que assombração ali também era mato. Sô vigário não acreditava muito nessas coisas não, mas por via das dúvidas, era bom ficar prevenido. Foi lá que aconteceu a desgraça: pneuzinho careca do fusquinha furou. Rodar com pneu furado prejuízo na certa. Paróquia pobre. Padre pobre. Sair do carro risco grande demais. Coragem pouca. Padre Anacleto craneia, craneia e não acha solução. Nenhum vivente à vista. Ninguém para uma demãozinha. Viu que tava mesmo cagado de arara. Casamento lá na Perdição tinha hora marcada. Noivinha já devia estar chegando à igrejinha na charrete toda enfeitada. Agoniada esperando a grande hora.
Com um friozinho na barriga coitado do padre resolve sair do carro e trocar o pneu. Rezando o Creindeuspadre. Atento a qualquer barulho. Suando frio dentro da batina larga e puída. Olhando de rabeira pra tudo quanto é sombra. Pronto para refugar frente a qualquer sinal suspeito. Trabalhão danado pra tirar pneu furado. Mãos acostumadas a rezar missa, sem traquejo com chaves, macaco e parafusos. E a tralha velha não colaborava: macaco sem óleo, chave da boca maior que as cabeças dos parafusos… Tirou o bicho mais no muque, com uns palavrões seguidos de Padrenossos, do que com a ajuda do macaco e da chave de rodas. Pegou a calota, virou-a de boca pra cima e nela colocou cuidadosamente os quatro parafusos pra não perder nenhum e nem pegarem poeira. Como o carrinho estava meio mole, freio de mão avariado, resolve procurar uma pedra para calçar o danado. Bem no barranco, assim perto duma moitinha, vê uma pedrona boa. Borrando de medo, mas com muita fé em Deus, sai de perto do carro e vai pegá-la. Um pé na frente e o outro atrás, pronto para a refugada. Quando tá com a bruta nas mãos, fazendo força, ouve um barulhão dentro da moita. Sente aquela friagem na espinha, pernas amolecem, coração acelera e os poucos cabelos arrepiam. Mas instinto de sobrevivência fala mais alto e o pobre do Padre Anacleto sai numa desabalada corrida carregando a pedra. Reto no rumo do fusquinha. Chega perto do carro, solta a dita cuja de qualquer jeito e tafuia dentro dele esperando pelo pior.
Fica no quieto tempão danado, a ponto de rezar quase todo o rosário, e… Nada. Bicho nenhum aparece. Nem assombração. Negócio era criar coragem novamente e voltar ao que tinha começado. Melhor pensar que o barulho era de algum lagarto ou de um gato do mato assustado. Assim que o padre sai do carro é que vê a burrada que fez. A pedra caíra na borda da calota e, com a queda, jogou os parafusos pra longe, no meio do mato. Achá-los, impossível. Procurar, nunca. Desespero toma conta do coitado. Xinga umas palavras em italiano, mas rapidinho se arrepende e pede perdão a Deus. Já sujo, molhado de suor, rezando baixinho, com fome, senta lá dentro do carro esperando solução. Noite chegando. Medo agoniado e inconfesso espremendo o peito.
Depois de muito rezar, vê um vulto aparecer no alto do morro. Põe óculos, tira óculos… E o vulto descendo. Devagarinho. Pára, anda, pára de novo. E o Padre Anacleto tremendo e butucando de olho arregalado:
- Ai Dio mio, agora é sombração mesmo!… O que que eu fiz de errado, meu Deus? Virgem!…
O santo homem sente vergonha de si mesmo, do medo que estava sentindo e se lembra até dos sermões que fazia na missa do domingo contra essas crendices pagãs. Na prática teoria era outra. Novamente põe óculos, tira óculos e o vulto vindo. Sem pressa, naquele mato escurecente. Quando o vulto chegou bem perto foi que o Padre Anacleto entendeu que era gente. Gente de verdade. E não é que ele conhecia o dito? Era o Dejalma. O doido lá de Tabuí.
Aí Padre Anacleto se encheu de coragem e saiu do carro. Foi com santo alívio que cumprimentou o recém-chegado:
- Boa tarde, Dejalma! O que que anda fazendo por estas bandas, figlio mio?
- Tarde!
- Tá passeando, Dejalma?
- Pensano!…
- Pensando em quê, Dejalma?
- Cê leva ieu?
O padre pensou consigo mesmo: “que adianta eu querer conversar com este maluco? O maledetto não diz coisa com coisa mesmo!”. Mas, como não queria perder a companhia, mesmo sendo de um lelé da cuca, continuou o papo como se fosse tudo dentro da maior normalidade.
- Levar, levo, figlio! Negócio é que o pneu tá furado…
- Por que ocê num troca?
- Era o que eu ia fazer, Dejalma, mas perdi todos os parafusos desta roda e não tenho outros para colocar no lugar…
Dejalma parece que esquece do que estavam falando. Fica olhando pro mundo. Resolve dar uma volta em torno do carro como se o examinasse com olhos de comprador. Olha daqui, olha dali… Desenha uma careta no vidro empoeirado… Dá uma risada… Abre porta, fecha porta… Pára. Olha pra moita na beira do barranco onde vê um pé de murcha-mulata carregadinho de flor. Vai lá, pega um galhinho e vem cheirando. Sô vigário só de butuca. Quando ia perguntar se podia contar com aquela companhia maluca noite a fora, naquele ermo, Dejalma dá uma aspirada na murcha-mulata e olhando para um ponto fixo no espaço, diz:
- Por que ocê num tira um parafuso de cada rodeira e põe nessa?
Foi tudo muito rapidinho. Padre Anacleto e o Dejalma chegaram à Perdição quando a noiva, triste e chorosa, estava dentro da charrete pronta pra ir pra casa e o povão já indignado com o que seria uma grande desfeita do seu vigário. Ninguém entendeu foi porque o Padre Anacleto estava andando na companhia daquele maluco. Também ninguém perguntou. Povo da Perdição é assim: não é especula, só sabe o que é pra ser sabido.

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Sô minêru uai sô!!!
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12 Mar 2010 12:54 #185 por MATUSA
Respondido por MATUSA no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
Muito boa!!!

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13 Mar 2010 07:06 #186 por jrdtull
Respondido por jrdtull no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
Aaahh seu Mandruva!!! cume q'cumenta si num pad'ri!

Jardel

Belo Horizonte

Intruder 07





EU NÃO PATROCINO O CRIME! NÃO COMPREM PEÇAS SEM PROCEDÊNCIA!

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13 Mar 2010 07:22 #187 por jrdtull
Respondido por jrdtull no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
Oia só um causo do balai....

Dizem que aconteceu em Ubá, cidade do interior de Minas Gerais....

Tinha na cidade, um cara cujo apelido era Cabeçudo, nascera com uma cabeça grande, dessas cuja boina dá prá botar dentro, fácil, uma dúzia de laranjas. Mas, fora disso, era um cara pacato, bonachão e paciente.
Não gostava, é claro, de ser chamado de Cabeçudo, mas desde os
tempos do grupo escolar, tinha um chato que não perdoava.

Onde quer que o encontrasse, lhe dava uma palmada na cabeça e perguntava:
"Tudo bom, Cabeçudo"?
O Cabeçudo, já com seus quarenta e poucos anos, e o cara sempre
zombando dele.
Um dia, depois do centésimo tapinha na sua cabeça, o Cabeçudo meteu uma faca no engraçado que morreu na hora.

A família da vítima era rica, a do Cabeçudo, pobre. Não houve jeito
de encontrar um advogado para defendê-lo, pois o crime tinha muitas testemunhas.
Depois de apelarem para advogados de Minas e do Rio, sem sucesso algum, resolveram procurar o Zé Caneado, um advogado que há muito tempo deixara a profissão, pois, como o próprio apelido indicava, vivia de porre.

Pois não é que o Zé Caneado aceitou o caso, e passou a semana
anterior ao julgamento sem botar uma gota de cachaça na boca?
Na hora de defender o Cabeçudo, ele começou a sua peroração assim:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.
Quando todo mundo pensou que ele ia continuar a defesa, ele repetiu:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.
Repetiu a frase mais uma vez e foi advertido pelo juiz:
- Peço ao advogado que, por favor, inicie a defesa.
Zé Caneado, porém, fingiu que não ouviu e:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.
E o promotor:
- A defesa está tentando ridicularizar esta corte!
O juiz:
- Advirto ao advogado de defesa que se não apresentar imediatamente os seus argumentos...
Foi cortado por Zé Caneado, que repetiu:
- Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.

O juiz não agüentou:
- Seu moleque safado, seu bêbado irresponsável, está pensando que a Justiça é motivo de zombaria? Ponha-se daqui para fora antes que eu mande prendê-lo.
Foi então que o Zé Caneado disse:
- Se por repetir apenas algumas vezes que o juiz é meritíssimo, que
o promotor é honrado e que os membros do júri são dignos, os senhores me ameaçam de prisão, pensem na situação deste pobre homem, que durante quarenta anos, todos os dias da sua vida, foi chamado de Cabeçudo?


Cabeçudo foi absolvido e o Zé voltou a tomar suas cachaças em paz.

Jardel

Belo Horizonte

Intruder 07





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13 Mar 2010 08:06 #188 por Bigulino
Respondido por Bigulino no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
boa

esses dia também teve outro causo, lá pras banda de Olivêra, dispois que passa de Divinópis.

Lá na cidade tinha um ceguinho, o Zé Coiêta, muito querido do povo, ajudava no que desse, era danado de esperto. Só num sabia uma coisa, contar dinheiro.

E cidade piquena né, os mequetrefe dos cachacero que ficava rodiando a praça da Igreja num tinha nada pra fazê, aí ia caçoar do coitado do Zé Coiêta. Todo dumingo, dispois da missa, ês combinava de mostrá um dinheiro pro Zé: ponhava na mão dele duas nota, uma de 5 e uma de 50, e mandava o Zé iscoiê uma. Aí o pobre coitado, sem saber, iscoía a nota de 5, no que os cachacero se acabava de tanto rir do ceguinho, e saíam contando pro povoado inteiro a lerdeza do hômi...

Foi quando um adevogado, estudado no Ríu, fio de um fazendero da região teve na cidade, passeando. Chegou dumingo, missa, a mesma gozação com o Zé Coiêta. O adevogado viu aquilo e não se conteve e foi lá tomar as dores do Zé. Brigou com os moço, falou que eles era tudo apruveitador, aí dispois foi lá falar com o Zé Coiêta:

- rapaz, isso não tá certo. Quero te ajudar, vou te ensinar um modo de reconhecer qual é a cédula de 50, que aí eles para de te enxer o saco!

nu que o Zé Coiêta respondeu:
- larga mão de sê abestado, sô. Eu sei muito bem quar é a nota de 50, mas nu dia que eu acertar eles pérdi a graça, aí acaba a brincadêra e eu fico sem meus 5 todo dumingo

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13 Mar 2010 16:01 #189 por M@uricio
Respondido por M@uricio no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
Salmo 23 em mineirês:

O sinhô é meu pastô e nada há de me fartá
Ele me faiz caminhá pelos verde capinzá
Ele tamém me leva pros corgos de água carma
Inda que eu tenha qui andá
nos buraco assombrado
lá pelas encruzinhada do capeta
não careço tê medo di nada
a-modo-de-quê Ele é mais forte que o “coisa-ruim”
Ele sempre nos aprepara uma boa bóia
na frente di tudo quanto é maracutaia
E é assim que um dia
quando a gente tivé mais-pra-lá-do-qui-pra-cá
nóis vai morá no rancho do sinhô
pra inté nunca mais se acabá…
AMÉIM!

"Uns enchem a cara, outros vão pescar, alguns fazem análise; eu...eu ando de moto!"

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13 Mar 2010 16:08 #190 por M@uricio
Respondido por M@uricio no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
http://www.laerciobeckhauser.com/visualizar.php?idt=1991420

Proceis que saum e naum saum mineiro, intraí nesse saite praprendê uncadim de nosso modefalá.

"Uns enchem a cara, outros vão pescar, alguns fazem análise; eu...eu ando de moto!"

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14 Mar 2010 16:44 #191 por Patriarca

"Bons amigos são a família que nos permitiram escolher..."
"Memento te mortalem esse"
“Não é o trânsito que te educa, você leva sua educação por onde vai."

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14 Mar 2010 16:53 #192 por MATUSA
Respondido por MATUSA no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
Estou impressionado da riqueza folclórica oriunda deste povo que habita o estado de Minas Gerais!!











Traduzam, por favor.

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14 Mar 2010 19:31 #193 por M@uricio
Respondido por M@uricio no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
Traduzino: Tô inté besta cum a sabiduria do povão ládemingerais!!

"Uns enchem a cara, outros vão pescar, alguns fazem análise; eu...eu ando de moto!"

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14 Mar 2010 19:47 #194 por MANDRUVADOIDAO
Respondido por MANDRUVADOIDAO no tópico MINEIROS NO MOTONLINE

MATUSA escreveu:
Estou impressionado da riqueza folclórica oriunda deste povo que habita o estado de Minas Gerais!!














Traduzam, por favor.








Tô bismadu cum tanto de causo desse povo di Mingerais.

Movimentando o MOTONLINE desde Sexta-Feira, 14 Agosto 2009 as 13:35

Sô minêru uai sô!!!
Caboclo du bão.

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14 Mar 2010 19:50 #195 por MANDRUVADOIDAO
Respondido por MANDRUVADOIDAO no tópico MINEIROS NO MOTONLINE
Rê rê rê rê rê rê rê!!!!!


Vortei di viagi seus ómi.


Nossinhora, passei numas curva q'ueu inté via a prava trazêra do carru. Credu in cruiz ave Maria credu.

Movimentando o MOTONLINE desde Sexta-Feira, 14 Agosto 2009 as 13:35

Sô minêru uai sô!!!
Caboclo du bão.

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