Detalhe da Avaliação

8.4 54 10
Trail
admin123
admin123
15 de Março de 2012 38256
(Atualizado: 26 de Julho de 2015)
Avaliação Geral
 
9.0
Satisfação Geral
 
9.0
Visual
 
8.0
Conforto
 
9.0
Performance
 
8.0
Dirigibilidade
 
9.0
Consumo
 
9.0
Custo x Benefício
 
8.0
XRE 2010 dourada com uns 35000Km rodados, os quais uns 30% foi comigo e 70% meu pai. Testada em terra (praia), variante, cidade e muito asfalto. Comigo ela tem tocada moderada ou pesada, nada grave. Com meu pai tocada leve, porém uns 4 acidentes leves-moderados (inclusive, explosão do pneu dianteiro) com rachadura da carenagem traseira e até hoje se mantém 100% funcional. Obteve manutenção normal, troca de disco dianteiro (leve empeno) e uma bateria nova. Comecemos pelo famoso problema do motor.

Algumas tem a famosa falha no cabeçote que resulta no travamento/trinca. Outras, apenas vazamento. Felizmente a nossa só apresentou vazamento na boca do cano longo/cilindro que não chega a pingar, mas afeta a estética e exige maior atenção as trocas periódicas de óleo. Um dia vou resolvê-lo (quando precisar serviço pesado no motor). As XREs atuais (2014/2015) parecem (parecem) que tiveram este problema crônico sanado ou reduzido. Também mudaram o comprimento do para-lamas impedindo salpicar água de chuva no rosto do piloto (de fato acontece, de leve). As asas laterais da carenagem foram transformadas em uma só peça. Mas o largo protetor anti-chamas/calor que fica embaixo também se foi. Coisas da Honda do Brasil... vivem fazendo merdas e cobram ouro por isto. Fora as maracutaias judicias para não assumirem os problemas que eles próprios e seus engenheiros amadores causam. É só pesquisar para ver. Além disto, no Brasil se paga 3 motos e leva 1. A Honda é malandra neste assunto.

Na terra ela é ótima. Confortável, estável, confiável, gostosa de pilotar em pé. Aliás, ela é também praticamente uma trail citadina. Na cidade vai bem... confortável em pilotar por longo tempo, guidom talvez um pouco aberto/longe demais para pessoas com braços curtos, porém bem posicionados garantindo ótimo controle e não bater na maioria dos retrovisores de carros. Um protetor de mãos (+luvas) fazem falta, especialmente na chuva ou forte frio. Acredito que pessoas com menos de 1,70m terão uma leve dificuldade com ela em alguns momentos, mesmo com o banco cavado e bom centro gravitacional. Em pequenas inclinações parado, ela se faz bastante pesada. Tenho 1,72m e em alguns momentos procuro o chão com as pontas dos dedos, a depender de aonde/como paro a moto.
Mulheres na garupa por sua vez reclamam da porção convexa/saliente do banco contra a vulva vaginal, relatando desconforto. Certamente isto depende de mulher para mulher devido a variações anatômicas, mas é bom considerar em viagens longas. Nos semáforos a boa arrancada e rápida resposta delas garante sair fácil na frente das latas de sardinhas nacionais de 4 rodas. Aliás, até a terceira marcha ela tem boa e rápida resposta em qualquer lugar, tanto em saídas quanto em retomadas. Em ladeiras também se sai muito bem, bom torque acima dos 2500 rpms (abaixo, engasga fácil). Os freios são excelentes, dosáveis e firmes quando preciso, mesmo sob chuva (considerando boas pastilhas). Não sinto a dianteira afundar forte, como se eu fosse saltar a frente da moto. O pneu dianteiro aro 21, banco largo e bons amortecedores vencem fácil obstáculos e buracos, contribuindo com o conforto e boa posição de pilotagem bem envergado (vertical). Uma boa indicação a quem tem problemas na coluna, mas tem paixão por motos e não deseja abandonar.

Agora vamos ao ponto fraco. Asfalto. Putz... ela vem com relação 13/39 em 26,1 cv atingidos a média rotação... ou seja, é muito mais off-road. Pinhão de areia. Talvez bem dimensionada ao propósito, mas a 100 Km/h ela já está a 6000 RPMs. A 7000 RPMs chega a dar pena... motor começando a se esguelar mesma na quinta marcha (última). A moto parece que tem uma âncora atrás. Tem retomadas tímidas quando acima dos 110/h. Quase na zona vermelha do conta-giros ela está esguelada a míseros 136 Km/h. Se houver uma descida ela chega a 144 (velocidade de painel com pneu 21, não careca), porém já na zona de risco/estouro do motor (a zona vermelha). Mantendo acima de 120 por muito tempo, devido a pouca carenagem depois de uns 60-80Km as pernas estão cansadas devido ao exercício isométrico em lutar contra o vento e mantê-las fechadas (considerando que tenho coxas grossas, piorando o coeficiente aerodinâmico (cx) e aumentando a área de choque interna da coxa contra o vento, portanto). Junte a isto a alta vibração de motores monocilindros, e o desgaste ao piloto torna-se significativo, chegando ao destino desejando uma cama ou sofá. Talvez não a alguém de 20-25 anos, mas próximos aos 40 já se sente o impacto de atividades resistivas.

Não testei ainda, mas com pinhão de 14 dentes há uma diminuição de uns 7% na relação, o que elevaria a velocidade para uns 108-109 Km/h a 6000 rpms, embora provavelmente a quinta marcha seja afetada em subidas longas ou contra ventos fortes devido a baixa potencia/torque de um motor monocilindrico pequeno. Por outro lado haverá uma pequena folga no motor para manter sem grande enforcamento, uma velocidade de cruzeiro de 100/h, a adequada a XRE.
Atualmente isto me deixa tenso... parece que em retas médias ou longas a moto esta parada ou se arrastando. E ao esticar seu curto limite parece que o motor vai explodir...rs. É preciso saber compensar esta lentidão nas curvas e subidas.
- Considero que a velocidade ideal de cruzeiro fica em torno dos 160 Km/h em baixa rotação e boa tocada (para estradas conhecidas e bom equipamento corpóreo, é claro). Fácil de desvios e de rápida ação se preciso, baixo risco de instabilidade por efeito giroscópico que descontrola a direção (quando não há o amortecedor de direção eletrônico), bom ponto para dar umas rápidas esticadinhas até uns 220-260 de vez em quando. Viagem rápida, econômica e relaxante. Isto é o que hoje minha experiencia pede, para um bom/divertido cruzeiro. A XRE 300 está longe disto ou mesmo a NX350 Sahara (minha outra fofa, cujo aliás prefiro do que a boa XRE, especialmente com ventos, chuva, curvas sinuosas, insetos, retomadas etc).
- Okay... nenhuma das duas foram feitas para andar forte ou manter 160/h relaxadas como se estivessem a 2000-3000 rpms em seus motores. Terei que resolver este problema com outra carenada e apropriada, mais adiante. Mas pqp... elas são ninjas tartarugas. Em baixa são fod@, mas ter que andar com tocada entre míseros 120 - 140 com as motos já perto de seus limites é um grande saco e até risco, se houver manutenção ruim. Há quem tenha paciência e sinta-se virtuoso pela lentidão (verdadeiros monges tibetanos), mas para mim hoje é dureza e um grande pé no saco/cansaço viajar em tartarugas. Salvo se a vista fosse o mar a todo o tempo.

Outra coisa a lembrar é o acabamento Honda atual. Uma droga... muitas cores foscas (arranháveis e sujáveis) e bagageiro com um estranho encapamento que se solta/descola que nem enfaixamento/fita isolante (talvez pelo calor do escape) e fica feio, além de marcado ao levar carga com frequência. O tripé (descanso) tem um suporte/apoio ruim ao fim do seu percurso, acredito que aonde esteja o maldito e inconveniente sensor. O excesso de plástico requer frequente hidratação e cuidado para que não fique com aparência de velho/ressecado, mesmo com a moto com poucos anos. Talvez coisas insignificantes para alguns, mas que requerem atenção.
O punho original de fábrica é uma verdadeira porcaria. Duro e desconfortável. Boa buzina. O farol alto e baixo tem bom faixo de iluminação/distribuição frontal e lateral à noite na pista. Se depender dele o piloto está bem servido. Traseiro bonito e com boa visibilidade. Já os retrovisores são uma porcaria, eu gosto dos grandes e com área ampla de visão. Para quem gosta dos discretos, está bem servido e são reguláveis. O escapamento possui um ronco bem controlado e agradável. Consumo em torno dos 26-28 Km/L econômico e 20-24 Km/L enrolando o cabo. Gasolinas, não engasgou com nenhuma das vagabundas nacionais (comum, aditiva, de barco, premium, power... só não encontro a podium, a melhor de todas). Os engates de marcha são precisos.

Enfim... uma boa opção/moto se o uso não for o asfalto ou longas viagens sem pausas e o dono tiver tempo e zelo por ela. E que exige atenção de quem pilota, pois atrai a atenção e atração, inclusive de invejosos vagabundos, amigos do alheio. A de um amigo, uma parte foi parar em uma tornado de bandido e a outra (quadro), no fundo de um profundo rio. Um valor e bem significativo a se abrir mão (se necessário) por não se estar alerta e ter atenção em volta a todo o tempo.

PS. Neste fim de semana, a moto apagou com meu pai. Injetadas não ligam nem no tombo. Depois de muito, foi descoberto que um fio que passa por trás/baixo da ignição, partiu na base. Por um fio ele ficou horas na pista. Sacanagem. Qualidade Honda?
Eu recomendo!
Prós
- Pau para toda obra. Muitos não tiveram a mesma sorte, mas quem teve sabe que ela é boa ou aceitável para quase tudo.
- Muito boa no consumo. A 2012 de um amigo chegou a 32 Km/L em viagens de uns 200Km. Velocidade também não é muito a praia dele.
- Pesada, mas vem com aros de alumínio de fábrica.
Contras
- Display no painel com iluminação cor âmbar. Horríveis. Descobri os leds exatos usados pela honda e iria substituí-los, mas só ficam com a cor vermelha no conta-giros, quando o led é ambar ou branco. O branco ajuda a cansar às vistas em viagens longas noturnas. E sem graça.
Por estes motivos não coloquei azul ou verde. Até hoje fico na dúvida, uma vez que a troca exige soldas.
- Não desliga o farol baixo ou possui luz de estacionamento/parque.
- Os demais contras estão no texto.

Condição do Teste

Tempo de Uso
Mais de um ano
Ano de Fabricação
2010
Tipo de uso
Meio de transporte
Terreno testado
  • Urbano
  • Terra
  • Estrada
Quilometragem
35.000 Km
Manutenção
Dentro do esperado
Custo de Manutenção
Normal
Denunciar esta avaliação Considera esta avaliação útil? 2 0

Comentários

Já possui uma conta? ou Crie uma conta