Por Flávio Croffi | em 30/Set/13 | Segurança
Pode parecer radical demais, mas para o jornalista do britânico The Guardian, Gleen Greenwald, o Brasil devia seguir os passos da China e ter uma internet própria. A afirmação foi feita em entrevista concedida por ele ao jornal argentino Página 12, publicada neste domingo (29).
De acordo com a matéria, essa seria a única opção para que o país não sofra mais com casos de espionagem, como o que envolveu os EUA, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e seus assessores, além da Petrobrás.
Brasil devia seguir China e ter internet própria, segundo jornalista
Internet própria: Segundo Greenwald, necessidade de informação atropela privacidade
Ao que tudo indica, esse último escândalo de espionagem envolvendo os norte-americanos teve objetivo puramente comercial, e para Greenwald, a meta dos EUA é utilizar a informação para aumentar seu poder sobre o restante do mundo. Por isso ele aponta para essa drástica medida, que também envolveria a Argentina, país que está sempre presente nas reuniões do Mercosul (Mercado Comum do Sul) feitas para discutir a cibersegurança – o próximo encontro entre os países que formam o grupo está marcado para 8 de novembro, na Venezuela.
“Há uma consciência real de que a Argentina e o Brasil estão construindo uma internet própria, assim como a União Europeia, algo que até agora só fez a China”, comentou o jornalista durante a entrevista. Ele também afirmou que essa união entre algumas nações vai tornar mais segura a comunicação, evitando que outros países atravessem o caminho, como fez os EUA. “Creio que a solução seria criar um lobby entre os países, para que se unam para ver como construir novas pontes para a internet que não permitam que um país domine completamente as comunicações”, completou ele.
Greenwald finalizou exaltando as figuras de Edward Snowden, Bradley Manning – hoje Chelsea Manning – e Julian Assange. Segundo o jornalista, as informações vazadas pelo ex-assistente técnico da NSA (Agência Nacional de Segurança, dos EUA), Snowden, e pelo ex-soldado dos EUA, Manning – recentemente condenado a 35 anos de prisão –, mostraram que “na era digital, é muito difícil para os governos proteger seus segredos sem destruir outra privacidade”. Já Assange “é um herói pelo trabalho que fez no WikiLeaks”, completou ele.
Por Vinicius Brino
Fonte:
www.baboo.com.br/seguranca/brasil-devia-...-segundo-jornalista/