No final de semana realizei uma viagem que desejava há um bom tempo: rumo à famosa Serra do Rio do Rastro (SRR). Quem já visitou aquela região (e a SRR propriamente dita) sabe como é difícil descrever em palavras os sentimentos e as emoções vividas por aqueles que a visitam. Segue o relato dessa aventura.
Estávamos combinando com um casal de amigos os preparativos para essa “grande viagem” (na verdade, coube ao meu amigo fazer o tal planejamento, não acompanhei esse processo), que faríamos em três dias. Seria em Janeiro...acontece que já estávamos quase no final do mês e nada da viagem sair!
Cansado de toda essa conversação sem resultados, decidi, sábado, embarcarmos sozinhos para a Serra Catarinense. Seríamos só eu, minha namorada (Lisi) e a moto. Sendo assim, por volta das 15:00 hs, saimos de Canoas. Aqui cabe um parênteses: fizemos tudo quase sem nenhum planejamento. Na verdade, eu e a Lisi tínhamos acertado, na sexta, de irmos para o Litoral Gaúcho. Acabamos não indo. Então, depois do almoço de sábado, pensei: e se fossemos para a SRR? Sem pestanejar, liguei para ela, só disse que estava indo buscá-la para uma “voltinha” de moto. Quando cheguei na casa dela e disse o destino ela não acreditou...rsrsrs
Quando ela subiu na moto, eu só tinha em mente as dicas dos amigos do Motonline: seguir pela BR 116, chegar a Lages, pernoitar, visitar a SRR e novamente pernoitar em Lages, voltando para casa no dia seguinte. Portanto, uma viagem de três dias. Como tinha pouco tempo, decidi fazer o segundo e o terceiro dia num só: visitar a SRR e já voltar para Canoas. A volta seria domingo, pela BR 101, para ganharmos tempo.
Sabia que o primeiro destino, Lages, ficava a 355 kms de onde eu estava. Teoricamente, dá para fazer em três ou quatro horas mas, na prática, sabia que levaria mais tempo. Só conheço relativamente bem o trajeto até Caxias do Sul. Já tinha ido uma vez. Percurso formidável, repleto de curvas e subidas/descidas, afinal de contas, é o caminho para a Serra Gaúcha. O que vinha depois de Caxias era um “mistério” para mim. Como não queria ter que viajar à noite, numa região desconhecida, o negócio foi rodar bastante, sem muitas paradas. Fizemos apenas duas, na Tenda do Umbú (na cidade de Picada Café) e em Vacaria, onde fizemos um lanche. O percurso até Caxias foi sem surpresas, estava um dia perfeito para se andar de moto: muito sol, um pouco quente é verdade, mas sem risco de chuva. Eu estava com de receio de pegar chuva na Serra.
O único susto que tivemos foi chegando em Vacaria. Como estava andando rápido, não vi um quebra-molas mal sinalizado se aproximando. Resultado, só visualizei quando estava bem próximo, aí “alicatei” os freios. Nessas horas é que se dá valor ao ABS. Não vou dizer que teria caído sem ele. Mas acho que se não fosse essa tecnologia, a viagem poderia ter acabado ali mesmo: havia areia (ou terra) na estrada, certamente se as rodas tivessem travado, o retorno teria que ser adiantado em um dia. Mesmo assim, não pude evitar o salto que a moto deu. Felizmente, continuamos a viagem.
Depois de Vacaria, a viagem até que foi tranquila, raros carros, alguns caminhões. Estrada está em bom estado de conservação, mas há alguns trechos mais “espinhosos”. É bom ficar atento a alguns buracos isolados no trecho. Percurso ideal para se fazer a uns 100/110 km/h, para se aproveitar a bela paisagem e evitar alguma “cratera”. Como estava com pressa e queria evitar a chuva (que despontava em alguns lados, no horizonte) mantive na maior parte do percurso, uma velocidade acima da “recomendada”.
Entre as inúmeras vantagens de se viajar de moto, está uma que aparece no bolso, pelo menos nesse percurso: passamos por diversos postos de pedágios, mas só precisei pagar uma vez, na volta, quase chegando em Porto Alegre. Em todos os outros, moto não paga!
Conseguimos chegar a Lages antes do anoitecer, por volta das 20:00 hs. Precisávamos encontrar um hotel. Paramos no primeiro que encontramos, o Map. Quando paramos em frente, vi vários carros argentinos chegando (depois a atendente me disse que nessa época eles lotam a cidade, pernoitando, e seguindo pela manhã para as praias catarinenses), logo pensei que pagariamos os “olhos da cara” para dormir ali. Fiquei surpreso quando descobri o preço: R$ 145,00 pela diária para casal. Muito bom hotel, pessoal muito prestativo, quarto impecável, com ar condicionado, frigobar, TV a cabo, e detalhe importante, a torneira da pia do banheiro, logicamente, também oferece água quente (deve fazer muita diferença numa cidade que deve ser beemmm fria no inverno). O piloto só sentiu falta da hidro para relaxar os músculos...rsrsrs.
Assim que deixamos as coisas no quarto e a moto na garagem, saímos para uma volta pela cidade, que é muito agradável! Limpa, bem arborizada, aconchegante...pena que tínhamos pouco tempo e sabíamos que o dia seguinte seria cansativo. Chegamos na Catedral da cidade, bem na hora em que estava sendo realizado um casamento. Devia ser de pessoas abastadas da cidade. Ali tiramos algumas das poucas fotos da viagem. (Como saímos “na corrida” nem lembramos de pegar a máquina fotográfica. Todas as fotos e os vídeos - que serão postados em breve - foram feitos com o meu celular) Vendo aquela cena inusitada, a Lisi começou a fazer “estranhos” comentários, tipo, de como de deve ser legal casar na igreja, a festa legal que vem depois...nesse momento achei melhor mudar de assunto e voltarmos rapidinho para o hotel...rsrsrs
Jantamos no hotel e fomos dormir. Não antes de perguntar na recepção se havia um computador disponível para os hóspedes, para que eu pudesse, pela manhã, consultar a internet e descobrir o caminho até a tão desejada SRR. Temos uma lan house aqui, respondeu a atendente. Então pude dormir tranquilo, bastava consultar o google e digitar Serra do Rio do Rastro!!!