XT 600 E
Ano de
fabricação: 2004
Quilometragem: 30.000
Tipo de uso: transporte
e lazer
Em que tipo de
terreno você testou a moto:
1-
urbano sim
2- terra sim
3- estrada sim
4- pista não
Aspectos a avaliar:
1-conforto
Atende (acredito que pode tornar-se excelente com acessórios como bolha e banco com dois níveis)
2-motor
Surpreende
3-câmbio
Surpreende
4-dirigibilidade
Surpreende
5-suspensão
dianteira Atende
6-suspensão
traseira Atende
7- Vale o quanto
custa? sim
Responda: Você
indicaria essa moto para um amigo ou parente?
sim
Adquiri XT 600 E aqui
avaliada aos 08/12/2011. Rodei cerca de 2000 km com ela desde então, em
trajetos urbanos, rodoviários e off-road moderados.
Falar sobre o torque das XTs é chover no molhado.
Portanto, limito-me a observar que, na estrada, ele favorece muito a segurança
nas ultrapassagens. A baixa rotação do motor é outro fator positivo, que
favorece não só a segurança – permitindo retomadas vigorosas e boa velocidade
final –, mas também o conforto. A 100 km/h o tacômetro aponta 4.000 rpm (110
km/h-4.500 rpm; 120 km/h-5.000 rpm). A faixa vermelha de rpm começa em 7.000 e
vai até 9.000. Assim – suponho, pois não ultrapassei os 120 km/h –, se
necessário, chega-se facilmente aos 140 km/h sem forçar o motor.
A posição de pilotagem
ereta é muito confortável até 100 km/h. Mas, acima disso, exige muito esforço
contra o impacto do vento. Uma vez que as pedaleiras são fixadas em posição
levemente avançada, o piloto tem dificuldade de se posicionar de modo a resistir
ao vento, prejudicando a segurança e o conforto em velocidades mais elevadas. Como
alternativa (improvisada), às vezes, para relaxar um pouco, utilizei as
pedaleiras do garupa. Todavia, isso pode ser perigoso caso ocorra alguma
emergência. Penso que, para viagens, sobretudo para quem pretende manter uma
velocidade de cruzeiro acima de 100 km/h, o mais adequado seja instalar uma
bolha/parabrisa grande e transparente. Pois, bolhas pequenas tendem a causar
turbulência excessiva no capacete. E tonalidade fumê prejudica a visibilidade.
O banco original da XTE é muito melhor que o da Fzr
250. Este mostrava suas limitações já após os primeiros 100 km – era preciso
levantar na moto para aliviar o incômodo. Na XT, rodei mais de 200 km sem desconforto,
com 4 ou 5 paradas duas com duração de 20 minutos cada. Bom... acho que preciso
testar melhor este aspecto para ter uma opinião mais conclusiva, rssrss...
Ainda sobre o banco, observei que, para uso com garupa, o original é bastante
inapropriado em função da ausência de degrau e do espaço insuficiente
disponibilizado para o carona. A futura “Senhora Razão” já reclamou em relação
a estes dois aspectos, e olha que somos magros. Aqui também cabe uma
modificação para quem quer usar a moto em viagens com garupa.
Com o preço atual da gasolina, impossível não falar
em consumo. Na estrada, minhas médias tem variado entre 19-22 km/l, a 100-110
km/h, sem garupa e sem alforjes, somente com bauleto. Custando caro como está
nosso combustível e se bem me lembro dos testes da BMW G 650 GS carburada, é
pouco. Mas, o calcanhar de Aquiles da XT está mesmo na autonomia. O tanque
original comporta 15 litros, 13 úteis e 2 de reserva. Uma piada para uma moto
desse porte, potencial e consumo. Há no mercado taques de 21 ou 22 litros,
salvo engano, para a XT. Na cidade, a média cai para 16-18 km/l, andando
maneiro.
A famigerada vibração do monocilíndrico que equipa a
XTE não me incomodou até o momento e já cheguei a rodar 380 km com 3 ou 4
paradas. Convém registrar que não passei
de 120 km/h.
Depois de ter usado a
FZr com i.e. por cerca de 3 anos, impossível não estranhar o velho “carbura”.
Demorei me acertar com ele. Dificilmente conseguia ligar a moto de primeira nos
primeiros dias. Sem contar aquela parafernália toda, torneirinha, afogador... É
preciso esperar o motor esquentar por uns 2 minutos antes de sair... Outro
inconveniente é que o carburador não proporciona a linearidade das injetadas ao
se buscar manter velocidade e rotação mínimas em qualquer marcha. Ao ligar a
moto no dia seguinte à primeira troca de óleo e viagem, quase morri de susto
com a fumaça branca que tomou conta da garagem. A moto voltou ao normal. Mas, o
fenômeno persistiu durante uns três dias, ocorrendo sempre que ligava a XT a
frio. Deu um certo desânimo... Li relatos de que se trata de uma das
esquisitices do modelo que pode ser agravada por óleo em excesso no motor após
as trocas... o óleo vai para o filtro de ar, combustão e... Continuo a notar
alguma fumaça ao ligá-la de manhã, porém, pouca. Depois que ela esquenta, o
problema desaparece completamente.
A posição lateral
direita da descarga favorece o off-road, por eliminar riscos de danos a
atravessar os terrenos mais acidentados. Mas, em trajetos urbanos, causa
incômodos ao piloto e, especialmente, ao carona por dissipar muito calor na
perna direita.
Veículo velho tem suas chatices.
E a “véia” XTE, embora muito conservada, não foge à regra. E ainda tem suas
esquisitices: a referida fumaça, os barulhos excessivos do motor, etc. Se o
sujeito “encucar”... Ainda estou amansando a fera. Alegrias, decepções. Pontos
positivos e negativos... Mas, no final, acho que o saldo tem sido e será
positivo. Vamos ver... só o tempo dirá.
Abração!!!
Edii2012-01-05 16:02:45