Sundown Motos quer voltar à briga pelo mercado
Após dificuldades, empresa promete novos produtos.
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Mário Curcio, AB
Depois de um bom tempo no limbo e sem produzir de outubro
a janeiro, a Sundown Motos esboça reação. A marca chegou
a ocupar o terceiro lugar em emplacamentos por nove meses
entre 2004 e 2006, mas entrou em forte declínio com a
crise mundial de 2008. Segundo o antigo presidente,
Walther Biselli, a empresa só não fechou por causa da boa
participação da marca em cidades do interior. Em dezembro
de 2009, Biselli anunciou um investimento de R$ 15
milhões em novos produtos por parte dos empresários
Edilson Binotto e Fernando Buffa.
A promessa das novidades, para janeiro de 2010, não se
concretizou. Muitas revendas fecharam. Sobre essa demora
na reação e as perspectivas para um mercado mais
concorrido, Fernando Buffa, atual presidente da empresa,
falou com exclusividade à Automotive Business. Aos 51
anos, o engenheiro mecânico formado pela USP em São
Carlos (SP) promete novos modelos para o início de julho
de 2011.
Automotive Business - De acordo com os números publicados
pela Abraciclo, a Sundown parou de produzir motos em
outubro de 2010.
Fernando Buffa - De fato, a produção ficou parada até
janeiro deste ano. Voltamos a produzir e estamos montando
entre 2,3 mil e 2,4 mil unidades por mês, distribuídas
entre os modelos Web 100, Future 125, Max 125 e Hunter
100. [Nota da redação: todos estes modelos fazem parte da
linha antiga, que a marca já montava antes crise de
2008.]
Quantas revendas permanecem abertas e como a Sundown
convencerá empresários a investir novamente numa
concessionária da marca? Eles terão algum tipo de
facilidade, vantagens, campanhas na TV?
Temos 184 pontos de venda, 110 concessionárias e 67
oficinas autorizadas. Para a abertura de concessionárias
estamos dando prioridade às regiões Nordeste, Centro-
Oeste e Sul. Apresentamos a eles um plano de trabalho com
base no desenvolvimento de produtos, serviços e
especialmente no pós-vendas, que para mim é o ponto mais
importante. Reconheço problemas com a marca. Vender é um
desafio, mas manter o produto é um desafio ainda maior.
Qual é o investimento para abrir uma concessionária
Sundown?
Numa cidade de porte médio e estimativa de venda de 40 a
50 motos por mês, são necessários cerca de R$ 200 mil,
incluindo capital de giro, produtos e instalações, fora o
ponto. Para uma cidade grande e volume de 80 a 90 motos
por mês, esse valor sobe para R$ 320 mil a R$ 330 mil.
E os produtos novos, quando chegam? Eles foram prometidos
para janeiro de 2010.
Chegam às revendas em julho. Teremos um novo scooter, o
Outlook 150, renovamos a V-Blade 250 cc e haverá também
uma esportiva de 250 cc, a Roadwin. Durante o primeiro
semestre de 2010 houve conflitos que não permitiram que a
empresa andasse, como problemas para a transferência das
ações da Tophill. Um processo que normalmente levaria
duas a três semanas levou quatro meses.
A Sundown chegou a ser a terceira em vendas no Brasil,
mas agora existem novos concorrentes. Com quem a marca
vai dividir mercado?
Vamos brigar com Suzuki, Dafra e Kasinski, mas com
serviços muito melhores.
E a produção de bicicletas, como está? Houve um período
em que as redes de hipermercados eram repletas de modelos
Sundown.
Não fazemos mais bicicletas. Não temos como produzi-las
aqui pela margem que fica para nós quando vendemos para
as redes de hipermercados.
E o que garante que a marca não vai morrer e que esses
novos anúncios e nossa conversa não são apenas uma
cortina de fumaça?
O que garante é que eu e meu sócio (Edilson Binotto) não
gostamos de jogar dinheiro fora. Estamos fazendo
investimentos na marca e em forma de patrocínio
automobilístico (em modalidades como Fórmula Indy e
Racing Festival). Temos contratos a cumprir.
Como esclarecimento, segundo a Sundown, o processo de
reestruturação societária a que a companhia se submeteu
teve alguns desdobramentos recentes. As empresas ESB
(Edilson Binotto) e Phenix (Fernando Buffa) concluíram o
processo de aquisição das ações do fundo de participações
Tophill e conjuntamente passaram a deter 78,28% do
capital da Brasil & Movimento (B&M), tornando-se, desta
forma, os novos controladores da empresa. Completam a
sociedade a Holding Airumã, com 14,77%, e a empresa SWN,
com 6,95%.
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Pois é... a Sundown não tinha falido???