Aqui em Itajaí em Santa Catarina temos moto-taxi regulamentado faz mais de uma década e é uma ótima solução tanto para desemprego quanto para transporte, eles andam uniformizados e tal e um certo tempo atrás teve lei municipal obrigando eles a oferecer uma touca para não pegar piolho
(riam a vontade) mas não vingou, no começo foi uma chiadeira de taxistas exploradores mas nem 1 ano se resolveu e cada um tem seu nicho muito bem definido. Hoje o preço da "passagem" está em torno de 3 reais. lembrando que aqui é uma cidade com muito mais qualidade de vida que são paulo e outras grandes cidades, alías jurava que moto-táxi era a coisa mais comum no país...
Em 2001 fui morar em Poços de Caldas-MG, aí como tinha moto e precisava de um trampo, virei moto-taxista(c/ UMA DT 200R, jogando fumaça no cabelo dos passageiros), eu concordo c/ relação à "poderá beneficiar tantas outras pessoas em sua rápida locomoção", porém é complicado colocar na garupa pessoas que nunca andaram de moto, isso repercute diretamente na pilotagem, passei vários apuros c/ pessoas "travadas" e distantes de mim (sentam lá atrás p/ ñ ter contato físico), sendo que ñ é assim que se comporta um garupa numa moto, sei lá... é complicado.
Acredito que isto faça parte de um problema maior: Como inserir a cultura da moto na nossa sociedade? Vivo em SP e todo dia vejo na TV alguém falando que vem aí o apagão do trânsito e tudo mais, e acredito piamente que a moto seria a solução para muitos dos problemas (desde que usada com consciência e etc como todos nós sabemos).
Mas o que ocorre é justamente o contrário, acabei de receber um comunicado do meu condomínio dizendo que as motos devem ocupar uma vaga de carro na garagem do prédio, com vistas a não ferir a igualdade entre os condôminos (porquê não cobram uma taxa pelo uso das vagas que lá estão e geram uma receita para o condomínio? perguntei por escrito, vamos ver o que respondem...)
Cobro mensalmente o pessoal da Via Fácil, inclusive por escrito (via difícil, assim mesmo, com minúsculas no caso de quem tem moto, já que querem cobrar pedágio de moto em estrada, porquê não oferecem sem parar? e a resposta é sempre a mesma... senhor, estamos estudando... se estudam tanto, quando é que vão passar de ano?)
Não sei ao certo se Moto-taxi é uma boa ou não, pessoalmente não sei se pegaria uma algum dia, mas que se não for dentro de todo um contexto, só esta iniciativa por sí só não vai rolar, ou seja, além de sermos vítimas de um bando de doidos que hoje dirigem lotações, também propalados como soluções para a crise do transporte a seu tempo e hoje mais um problema urbano, o que acabaremos vendo é gente já vítima de uma sociedade muito desigual se arriscar mais ainda para salvar um troquinho no final do mês.
[font="Courier New, Courier, mono"]Entendo que o serviço é inviável por uma simples questão: Capacete![/font]
Em que pese o fato de utilizar-se de toucas descartáveis, o condutor, assim como o passageiro, devem utilizar capacete devidamente afixado na cabeça.
Oras, para transportar pessoas diversas, via de regra, o prestador dos serviços irá utilizar um capacete de tamanho 62, ou 64, tamanhos que servem em qualquer crânio, mesmo que o tamanho adequado para o usuário seja um 58.
Sendo assim, o capacete não ficará devidamente afixado na cabeça, e em caso de acidente, será o primeiro que "voará", o que pode causar sérias consequencias.
Ademais, devemos cobrar e priorizar um transporte de massa adequado para todos, com redução de tarifas do transporte público, atitude essa possível a partir da mudança da matriz energética, ao invés de incentivar o transporte individual.
Eu estive na Índia a trabalho ano passado em Mumbai e o que ví por lá foram os "rickshaws", que não se comparam a uma moto, apesar de serem motos de 3 rodas, eles tem banco para dois passageiros e o trânsito em Mumbai apesar de ser caótico, flui numa velocidade bem mais baixa que aqui, mesmo quando não há congestionamentos.
Aqui este tipo de solução é inviável, só sendo kamikaze pra entrar no transito com uma coisa destas, pelo que ví deles lá, eles não atingem uma velocidade grande e são bem instáveis, e pra piorar, a maioria, senão todos, eram movidos a motores 2 tempos, gerando uma poluição animal, tanto do ar como sonora...
Segue uma foto que tirei:
O importante de uma ideia é ela ser discutida democraticamente. No caso, não fazer como os orgãos oficiais que chegam e...pum, sai uma Lei da cabeça deles.
Então vamos por partes:
- a questão do capacete comum existe. Já vi moto-taxis em varios luigares e usa-se sempre um numero maior para "adequar" a cabeça do cliente. Usar touca, produtos anti-piolhos, etc, etc, também é valido. O piloto tira de uma pochete (ou algo semelhante) e oferece uma daquelas toucas de hospitais/cozinhas.
É valida a questão do capacete frouxo ser um perigo no caso de uma queda? Sim, é preciso pensar nisso.
- se o preço for R$ 3,00 dá para o combustivel, manutenção, toucas, etc.
- a questao do contato fisico é séria. Homem ou mulher preferem segurar atras (na rabeta ou bagageiro), o que facilita um tombo para trás, no caso de uma arrancada brusca. talvez segurar numa alça fixada no chassis, uma adpatação doméstica.
Outra coisa é a "curva quadrada", isto é, o piloto vai para um lado e o garupa para outro! Também é questão de explicar antes para o cliente e ir devagar, até ele (ou ela) se acostumar.
Gostaria de lembrar que a moto, apesar de ser um mercado que irá crescer cerca de 30% este ano, ainda é um objeto que confunde as pessoas. Muita gente ainda não sabe como lidar com elas.
Igualmente, há uma leva de pilotos novatos, pessoas que aderiram à moto recentemente e também ainda não a compreendem bem.
Posso dizer que, em 1970, fui chamado por porteiros (sim, ainda não havia a profissão de Segurança) do primeiro Shopping Center de São Paulo para retirar minha moto do estacionamento porque não havia lugar para motos. Tive que tirar de lá e colocar na calçada (era permitido e não tinha problemas de segurança);
Anos depois, em 1982, briguei com um sindico do predio onde morava porque coloquei a moto na minha vaga, pois estava sem carro, e ele mandou tirar. Disse que lá não era lugar para moto (e a vaga era minha!), mandou colocar ao lado da lixeira, num espaço que não cabia uma bike;
Recentemente, fui barrado por um Segurança de Shopping porque não quis entrar no famoso "chiqueiro" (sim, em alguns shoppings são verdadeiros chiqueiros) que já estava lotado e o cara que estava na porta disse: deixa aí que depois eu guardo. Eu, hein? Ele que deixe a mãe, eu não deixo a minha moto!
Assim amigos, a cultura de ter uma moto, conviver com uma moto, administrar estacionamentos, condominios, etc, ainda é um aprendizado do dia a dia.
Leiam o artigo do Tite (24/09/2007 - O trânsito sociopata ) e avaliem o quanto ainda temos que aprender na convivencia Homem/Moto.
Lobo, para registro: numa cidade do interior de SP, assisti o conflito entre taxistas e serviços de moto.
Voltei alguns anos depois e lá fui outra vez: uma harmonia total. Antigos motoristas de taxis que tinha vários carros, agora também são donos de motos...