Almoço de Confraternização Região SUL

01 Mar 2011 08:01 #91 por Jota Nunes
Viagem solo. Curitiba - São Leopoldo, via BR116

Domingo acordei cedo, arrumei as coisas e já estava
embicando a moto no portão quando o Black disse que eu só
ia depois de tomar um café! Pra não fazer desfeita para o
amigo, aceitei!! Afinal de contas, pra quê parar na
estrada
15 minutos depois e pagar um café!!!!

(Black, te devo várias!!! Valeu amigão. Quando vires pro
RS
em abril espero poder retribuir pelo menos uma mínima
parte. Ah, e vou preparar umas piadas de curitibano pra
contar!!! )

Ainda tinha uma reservinha no tanque e decidi ir tocando.
Saí de Curitiba às 08:50 e abasteci em Rio Negro, na
divisa com SC.

O dia estava lindo, mas as nuvens carregadas no horizonte
indicavam que haveria chuva no caminho.

Ali pela região de Papanduva, que tem aquelas retas com
aquelas sequencias de subidinhas e descidinhas que
parecem um tobogã gigante, levei um susto bem grande:
Vinha uma carreta embalada atrás de mim (os caras
embalam na descidinha pra não perder velocidade no
subidinha logo à frente)e eu dei um gás pra não atraplhar
a vida do cara. Quando chego no topo da subida a visto a
pista à frente, vem uma carreta ultrapassando uma outra
no que, no sentido deles, era uma subidinha. Eu estava a
mais de 100, com uma carreta colada atrás de mim.
Frear era suicídio. A reação natural é sair para o
acostamento, mas quando olho para o acostamento, este não
existe. É um amontoado de cascalhos, um monte de buracos
e com um degrau enorme. Depois do que seria um
acostamento, um barranco e lá embaixo uma cerca de arame
e árvores. Tudo passou como se fosse em câmera lenta na
minha mente, mas na realidade foi em milésimos de
segundo....

Olho pro lado, um acostamento que não existe. Olho no
retrovisor, só vejo uma grade de vaminhão. Olho na pista
à minha frente, uma carreta vindo contra mim dando sinal
de luz desesperadamente. E aí? Faço o quê???

Na hora eu pensei assim: eu só tenho duas escolhas, ou
deixo esses caras me matarem, pois as duas carretas vão
bater de frente e eu estarei no meio, ou eu mesmo me
mato, pois me atirar nesse acostamento será capote na
certa.

Ainda bem que meu anjo da guarda estava atento e foi
eficiente. O cara da carreta que estava sendo
ultrapassada foi rápido na reação e puxou para o
acostamento. Aí a carreta que estava ultrapassando também
puxou para a direita e nós (eu e a outra carreta que
vinha atrás de mim) passamos por um triz.

Aqui fica uma lição: eu não estava tão rápido, por isso
não houve uma tragédia. Se fosse uma moto ou um carro
potente em alta velocidade iria se espatifar contra a
grade dianteira da carreta que vinha fazendo a
ultrapassagem perigosa na subida. Não haveria tempo para
reação. Então, SEMPRE REDUZA A VELOCIDADE NO TOPO DE UMA
SUBIDA ONDE VOCÊ NÃO TENHA VISÃO DO PISTA À FRENTE.
Jota Nunes40603.4922916667

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01 Mar 2011 08:48 #92 por Poeta
Jota,

valeu!

Sempre contamos com seus ótimos relatos!

Confraria Motonliners

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01 Mar 2011 08:49 #93 por Jota Nunes
continuando...

Depois passei por, pelo menos, mais dois apertos, onde
tive que fugir para o acostamento para dar espaço pros
espertos que vinham ultrapassando na subida.

E noutra situação estava atrás de uma carreta e ia um
carro atrás de mim. Quando me preparava para ultrapassar
a carreta, o cara do carro puxou pra esquerda. Para
evitar uma situação de risco, abortei a manobra e
continuei na minha pista. Só que não deu tempo para o
carro e ele teve que voltar, só que voltou em cima de
mim. Tive que pular para a direita para o cara poder
encaixar atrás da carreta denovo. Tem cada um mané nessas
estradas....

Depois alcancei um caminhão que o cara só podia estar com
sono, ou bêbado, ou chapado. Era Volkswagen Constellation
furgão truque refrigerado, com placas de São Paulo,
carregado. O cara andava de um lado para o outro, ora
invadia a pista contrária, ora descia para o acostamento.
Acho que ele estava cochilando, pois ele ia lentamente
para fora da pista e voltava repentinamente (o cara
cochila e vai aos poucos para o lado, quando acorda e se
dá conta,puxa com tudo para a pista certa). O caminhão
dava cada quebrada de asa (balanço lateral) que parecia
que ia virar.

E o pior era que o cara era pé de chumbo. Tocava 120 no
plano. Eu deixava ele abrir de mim, mas na subida eu
passava por ele e logo adiante ele me alcançava de novo.
Não consegui ver a cara do motora, pois o vidro estava
fechado e tinha películas escuras.

O fato irônico é que atrás do caminhão tinha um adesivo
escrito "Dirija pela Vida" !!!! Jota Nunes40603.5000231481

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01 Mar 2011 09:02 #94 por Jota Nunes
Eu sabia que na Serra do Espigão tinha um posto da PRF,
então eu dei um gás pra abrir dele e ia parar lá no posto
e
avisar a polícia, mas quando cheguei lá não tinha
ninguém!!! Também, domingo às 12:40 !!!

No topo da serra é o ponto mais alto da BR116 no Brasil.
Mais de 1200 metros de altitude. Estava garoando e passei
frio em pleno mês de fevereiro, mesmo de jaqueta!!!
Imagine
o Bruno passando por lá, só de camiseta!!!

Parei no posto/restaurante/lancheria do trevo com a BR470
para fazer um lanche. Logo depois peguei um
engarrafamento, tinha uma carreta daquelas enormes
levando uma estrututa cilindrica enorme que parecia uma
caixa d´agua ou silo. Eles andam bem devagar e aí se
forma uma longa fila atrás, pois a pista é simples e a
vitura da PRF estava acompanhando, aí ninguém arrisca
ultrapassar em local proibido!!!!

Fui passando aos poucos e logo me livrei do cortejo. Me
livrei da tranqueira mas peguei a chuva!!! Chuva direto,
até depois de Caxias do Sul.Jota Nunes40603.506712963

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01 Mar 2011 09:14 #95 por Vinnie
Os relatos do Jota são um primor

E sendo postado aos poucos, dá a sensação de estar
numa roda de chimarrão ouvindo ele contar "os causos".

Aliás Jota, não vou pro meu horário de almoço enquanto tu
não terminar esse relato Vinnie40603.5134953704

Wolt - Porto Alegre/RS
FALCON o/

ex: BROS 150 ESD e BIZ C100

(esse é meu perfil antigo)

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01 Mar 2011 09:30 #96 por Jota Nunes
Vai perder o almoço hoje, então !!!

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01 Mar 2011 09:35 #97 por Jota Nunes
A parte mais ruim da chuva é quando chega o pedágio. Tem
que fazer um malabarismo até pegar a dinheiro e depois
outro malabarismo para guardar o troco. Pra não ficar
atrapalhando ninguém, eu páro antes da cabine e pego o $
e
arranco com o troco na mão e páro logo adiante para
arrumar
tudo. Vai dizer que não é coisa muita chata quando um
mané
fica na tua frente no pedágio e leva um tempão catando o
dinheiro e depois demora pra arrancar?!!

Então, não faça para os outros o que não gosta que os
outros te façam.

Mantendo um ritmo tranquilo, em torno de 100 no
velocímetro, cheguei até à descida para o Rio Pelotas sem
nenhum contratempo. A descida foi tensa, pois chovia e o
trânsito era pesado. A subida do outro lado também foi
complicada. Muitos caminhões e enormes filas de carros. E
sempre tem um atrapalhado de carro que quer ultrapassar a
fila (acha que está de moto!!) e imagina onde ele tenta
encaixar de volta na fila??? Onde está uma, moto, claro!


Para o motociclista, ultrapassar a fila de carros atrás
de um caminhão na serra sob chuva é uma situação que
exige bastante tato, mão de seda, pois está-se em
velocidade muito baixa (às vezes menos de 40km/h) e ao
iniciar a manobra tem que cuidar para não destracionar a
roda traseira (além do asfalto molhado, há o agravante da
faixa central pintada) e ao voltar para a fila há que se
ter muito cuidado para não escorregar ao cruzar novamente
a faixa pintada, só que agora freando.

Abasteci em Vacaria e continuei tocando. Agora não
tinha mais paradas, só em casa.

A melhor coisa quando se entra novamente no RS é que
quando chega no pedágio a gente passa direto, pelo
cantinho! Que beleza!!!

Entre Vacaria e São Marcos há a serra do Rio das Antas.
Muito linda, mas muito perigosa, principalmente sob
chuva. Erros não são perdoados. Depois de São Marcos,
outro trecho crítico até Caxias. Uma estrada muito linda,
mas proporcionalmente perigosa.

E dê-lhe chuva...

Curvas e mais curvas sob chuva. Eu estava com os pneus
mais cheios que o indicado e na chuva isso prejudica um
pouco a aderência. Mas nada demais, basta apenas um pouco
mais de carinho na tocada!!

Cruzei Caxias do Sul sob chuva e com trânsito muito
intenso. Na descida para Galópolis fiquei trancado atrás
de uma fila segurada por um caminhão. Praticamente não há
pontos de ultrapassagem e o trãnsito no sentido contrário
também estava intenso. Quando consegui passar o caminhão
já estava praticamente no pedágio no trevo da RS452.

Aí a chuva já tinha parado e, para meu consolo, peguei a
subida para Nova Petrópolis praticamente sem trânsito.
Pude finalmente gastar as laterais dos pneus!!!


Já na descida de Nova Petrópolis para Picada Café peguei
muito tiozinho domingueiro passeando a 40 por hora no
meio da pista e ainda freando nas curvas.

Cruzei direto na Tenda do Umbu, como sempre tinha vários
motociclistas lá e os caras me sinalizaram pra ir com
calma. Entendi o recado e toquei de boa. Logo adiante
passei por uma barreira da PRF e várias motos paradas!!!

Peguei faixa limpa até Morro Reuter e usei bem as curvas!


A partir de Dois Irmãos começou a tranqueira e eu já um
pouco cansado decidi seguir no ritmo dos carros até em
casa. Cheguei exatamente às 18:50, dez hora depois que
saí de Curitiba.

Cansei um pouco, mas nada de insuportável. Cheguei em
casa até muito bem. O que mais me incomodou foram os
músculos da região superior/central das costas (região
superior dos trapézios, rombóides, levantadores da
escápula, esplênios, etc). Parecia que minhas escápulas
estavam "desgrudando" do corpo!!! Está até agora
doendo!!!

Mas já estou fisicamente pronto pra outra!!! Só não estou
financeiramente pronto!!!

Bem, tirando alguns pequenos contra-tempos com os
caminhões, ônibus e carros mais apressadinhos, a viagem
foi uma delícia. Tudo correu maravilhosamente bem.

Obrigado ao amigos pela companhia, pela receptividade,
pelos momentos de descontração, pela hospitalidade.

Obrigado, ao Grande Motociclista do Universo, pela
oportunidade, pelos amigos maravilhosos, pela saúde do
corpo e da alma, pelas paisagens magníficas e pelos olhos
perfeitos que as puderam admirar, enfim, pela vida, por
tudo.

Até a próxima. Jota Nunes40603.5634490741

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01 Mar 2011 09:52 #98 por Vinnie
Já tô morrendo de fome!!

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01 Mar 2011 10:48 #99 por __Rox
Eita, baita relato ein Jota ...

Quero fazer um destes quando ir pro RS ,

Abraço.

Ex Biz C100 2005
Ex Fazer 250 2008
Atual Celta 2002

Sem moto no momento :(

Itajaí/SC

Se agride ou agrada, o seu lugar no grid de largada não muda nada.

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01 Mar 2011 11:18 #100 por Vinnie
Parabéns pela jornada Jota
e obrigado pelo relato.

Pena que a patro não foi junto, porque se tivesse algumas
fotos tiradas pelo trajeto dava para fazer uma crônicae
mandar para aquela revista eletrônica cheia de malucos,
acho que o nome é "Motonline", não?

(aliás, mesmo sem fotos do trajeto, acho que esse relato
vale uma publicação )

Na próxima espero poder ir junto.

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01 Mar 2011 11:20 #101 por Vinnie
Ahhh,

tem idéia de qual foi a kilometragem total?

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01 Mar 2011 12:28 #102 por Poeta
O Rox já atualizou a foto do avatar, pelo jeito vai atender a vontade da noiva, seu próximo up será para, digamos, uma 750cc!

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01 Mar 2011 12:30 #103 por __Rox
Opa, vamos ver , gostei da foto, pena que a moto não é minha

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Atual Celta 2002

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01 Mar 2011 12:32 #104 por Poeta
Jota,

agora, junta tudo e manda pra publicar na Confraria!

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01 Mar 2011 12:34 #105 por Poeta
Quem sabe, mais pra frente vc compra ela do Black!

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