A parte mais ruim da chuva é quando chega o pedágio. Tem
que fazer um malabarismo até pegar a dinheiro e depois
outro malabarismo para guardar o troco. Pra não ficar
atrapalhando ninguém, eu páro antes da cabine e pego o $
e
arranco com o troco na mão e páro logo adiante para
arrumar
tudo. Vai dizer que não é coisa muita chata quando um
mané
fica na tua frente no pedágio e leva um tempão catando o
dinheiro e depois demora pra arrancar?!!
Então, não faça para os outros o que não gosta que os
outros te façam.
Mantendo um ritmo tranquilo, em torno de 100 no
velocímetro, cheguei até à descida para o Rio Pelotas sem
nenhum contratempo. A descida foi tensa, pois chovia e o
trânsito era pesado. A subida do outro lado também foi
complicada. Muitos caminhões e enormes filas de carros. E
sempre tem um atrapalhado de carro que quer ultrapassar a
fila (acha que está de moto!!) e imagina onde ele tenta
encaixar de volta na fila??? Onde está uma, moto, claro!
Para o motociclista, ultrapassar a fila de carros atrás
de um caminhão na serra sob chuva é uma situação que
exige bastante tato, mão de seda, pois está-se em
velocidade muito baixa (às vezes menos de 40km/h) e ao
iniciar a manobra tem que cuidar para não destracionar a
roda traseira (além do asfalto molhado, há o agravante da
faixa central pintada) e ao voltar para a fila há que se
ter muito cuidado para não escorregar ao cruzar novamente
a faixa pintada, só que agora freando.
Abasteci em Vacaria e continuei tocando.
Agora não
tinha mais paradas, só em casa.
A melhor coisa quando se entra novamente no RS é que
quando chega no pedágio a gente passa direto, pelo
cantinho! Que beleza!!!
Entre Vacaria e São Marcos há a serra do Rio das Antas.
Muito linda, mas muito perigosa, principalmente sob
chuva. Erros não são perdoados. Depois de São Marcos,
outro trecho crítico até Caxias. Uma estrada muito linda,
mas proporcionalmente perigosa.
E dê-lhe chuva...
Curvas e mais curvas sob chuva. Eu estava com os pneus
mais cheios que o indicado e na chuva isso prejudica um
pouco a aderência. Mas nada demais, basta apenas um pouco
mais de carinho na tocada!!
Cruzei Caxias do Sul sob chuva e com trânsito muito
intenso. Na descida para Galópolis fiquei trancado atrás
de uma fila segurada por um caminhão. Praticamente não há
pontos de ultrapassagem e o trãnsito no sentido contrário
também estava intenso. Quando consegui passar o caminhão
já estava praticamente no pedágio no trevo da RS452.
Aí a chuva já tinha parado e, para meu consolo, peguei a
subida para Nova Petrópolis praticamente sem trânsito.
Pude finalmente gastar as laterais dos pneus!!!
Já na descida de Nova Petrópolis para Picada Café peguei
muito tiozinho domingueiro passeando a 40 por hora no
meio da pista e ainda freando nas curvas.
Cruzei direto na Tenda do Umbu, como sempre tinha vários
motociclistas lá e os caras me sinalizaram pra ir com
calma. Entendi o recado e toquei de boa. Logo adiante
passei por uma barreira da PRF e várias motos paradas!!!
Peguei faixa limpa até Morro Reuter e usei bem as curvas!
A partir de Dois Irmãos começou a tranqueira e eu já um
pouco cansado decidi seguir no ritmo dos carros até em
casa. Cheguei exatamente às 18:50, dez hora depois que
saí de Curitiba.
Cansei um pouco, mas nada de insuportável. Cheguei em
casa até muito bem. O que mais me incomodou foram os
músculos da região superior/central das costas (região
superior dos trapézios, rombóides, levantadores da
escápula, esplênios, etc). Parecia que minhas escápulas
estavam "desgrudando" do corpo!!!
Está até agora
doendo!!!
Mas já estou fisicamente pronto pra outra!!! Só não estou
financeiramente pronto!!!
Bem, tirando alguns pequenos contra-tempos com os
caminhões, ônibus e carros mais apressadinhos, a viagem
foi uma delícia. Tudo correu maravilhosamente bem.
Obrigado ao amigos pela companhia, pela receptividade,
pelos momentos de descontração, pela hospitalidade.
Obrigado, ao Grande Motociclista do Universo, pela
oportunidade, pelos amigos maravilhosos, pela saúde do
corpo e da alma, pelas paisagens magníficas e pelos olhos
perfeitos que as puderam admirar, enfim, pela vida, por
tudo.
Até a próxima.
Jota Nunes40603.5634490741