TRAJETO: Pela BR 262, Campo Grande a Corumbá. Sai tarde
de Campo Grande. Relaxado, ouvindo música, errei o trevo, andei em círculo e
acabei saindo em Campo Grande novamente, num bairro chamado Cabreúva, rsrsrsr.
Já estava pronto para meter a boca na sinalização, quando, passando novamente
pelo trevo vi que o erro foi inteiramente meu. A placa está lá clara. Mas, to
de férias, nada de estresse. E compensou. Basta ver as fotos do passeio pela
BR. Chegando em Miranda encontrei um motoqueiro pedindo socorro. Achamos que
poderia ser um problema grave. A moto ficou sem tração. Motoqueiro é assim, não
deixa o outro na mão por nada. Amizade feita, fomos numa chácara do lado e lá
conhecemos quem? O amigo José Luiz, motoqueiro também, que já veio com um monte
de chaves nas mãos dizendo que a motoca dele já tinha apresentado o mesmo
defeito e ia dar uma olhada. Mas, quem disse que conseguimos tirar os
parafusos. Decidimos que tinha que levar para Miranda há 10 km. O Edson, dono
da motoca, preocupado em atrasar a minha viagem e “empatar” o José Luiz se
propôs a ir empurrando a moto nos 10 km. Protestamos e não permitimos. O José
Luiz perguntou se tínhamos almoçado, nos brindou com Arroz, feijão e pastel
frito, tudo feito no fogão à lenha pela esposa Solange e avó Margarida, uma
delícia. Amizade feita rebocamos a motoca até na cidade. O problema era
embreagem. Corrigimos o defeito e acompanhei o Edson até certa altura para
certificar de que a motoca iria bem. Depois de uma tubaína, troca de telefones,
tapa nas costas, cada um seguiu o seu destino feliz da vida.
MOTOQUEIRO: Só de boa, curtindo a paisagem e
fazendo amizade.
TRAJETO: Pela BR 262, Miranda a Corumbá. Trajeto
tranqüilo. Um calor infernal. O suor escorrendo o dia todo. O fato pitoresco do
dia é que por pouco não atropelo um macaco, passei raspando o rabo do bichano.
Parece brincadeira, mas isso é muito perigoso. A rodovia é muito perigosa nesse
aspecto, há alerta para tudo quanto é lado. Parei no local, aproveitei pra
relaxar, colocar as ligações em dia e tirar foto. Ao retomar a tocada, poucos
quilômetros à frente, o rolo. Havia acontecido um acidente motivado por um
bando de capivara. Segundo motorista do caminhão ele tentou desviar delas,
vinha uma carreta, ele jogou no acostamento e o quase caiu no banhado, o
caminhão ficou literalmente atravessado no meio da pista e ele não conseguia
tração para sair do acostamento molhado. Como eram duas horas da manhã, tudo
escuro, um retão, local onde todos pisam fundo, apesar das advertências, para
que ninguém batesse no caminhão bem no meio, não houve outro jeito, ele desceu
de ré e pendurou o caminhão no banhado.
MOTOQUEIRO: Só de boa, curtindo a paisagem, fazendo
amizade e atento aos bichos que cruzam a pista como um raio. Dei um pulinho na
Bolívia também e voltei para dormir em Corumbá. Desde ontem comecei a usar a
barraca, uma tranqüilidade.
MOTOCA: Sem problema. Com a pista boa, sem vento e
um retão parecendo Uruguai e Argentina, não deu outra, a moto chegou a fazer
33,3 km com um litro.
APROVEITEI PARA IR NA BOLÍVIA TAMBÉM, NADA A ACRESCENTAR, SE DE MIRANDA PRA FRENTE A ESTRUTURA É HORRÍVEL, IMAGINA NO PAIS DO HUGO.
UM SUJEIRA, PÓ PRA TUDO QUANTO É LADO, E MELICO CONTROLANDO ATÉ POSTO DE COMBUSTÍVEL, SÓ POR DEUS.
AI VAI ALGUMAS FOTOS DE HOJE. EU ESTOU PREPARANDO UM RELATO COMPLETO QUE NO FINAL PODERÁ SER BAIXADO, AHAHAHA
Que legal essa história do companheirismo entre motociclistas. Lembro que uma vez, quando tinha a minha RD 135 Z (isso foi em 1998), tive pane seca, á noite, numa área perigosa de Porto Alegre. Na verdade era um trecho da rodovia Castello Branco, quase na margem do Rio Guaíba, no trajeto entre Porto Alegre e Canoas. Péssima situação mesmo.
Certamente teria a minha moto roubada, já que, na época, essa estrada era mal iluminada. Estava longe de casa numa região "fora da lei" da cidade. Na verdade fiquei apavorado. Estupidez não ter colocado combustível...
Pois bem, do nada me surge um motociclista, com sua mulher na garupa, que prontamente se ofereceu para empurrar a minha moto até um posto de combustível. Sim, me empurrou: o cara colocou o pé na pedaleira do garupa da minha moto (eu estava sozinho...) deu a partida no moto dele e eu fui "tranquilo" até o posto...
Nunca vi ninguém fazer isso, não sei de onde o cara aprendeu a fazer aquilo, até deve ser proibido. Mas o fato é que certamente me salvou a pele...
André RS2011-10-13 00:09:23
Eu já passeio por esta situação, só que na posiçãoinversa. Já dei "pézinho", como se diz na gíria, para outro motociclista que estava sem gasolina na estrada.
TRAJETO: Depois de uma semana encima da motoca, peguei
estrada de volta de Corumbá para Miranda. Como fui pela BR 262, o roteiro era
volta por uma estrada de terras chamada que passa pelo Porto do Manga e Passo
do Lontra. É um trajeto indescritível. Porém, depois de andar metade da estrada
60 km, ao chegar na balsa fui advertido que estava tudo interditado devido a
queda de várias pontes e barragem. Não havia como prosseguir. O Jeito foi
retornar por Albuquerque, mesmo assim foram momentos divinos, cerca de 120 km
de terra, pedra, poeira e barro (em alguns lugares jogam água por causa da
poeira e vira barro). Os fatos pitorescos do dia: perdi uma extensão de
energia, um pé da boda que consegui recuperar, e por pouco não atropelo uma
capivara. Os animais passam como um raio na frente da moto. Só senti um frio na
barriga. No mais as imagens falam por si só.
MOTOQUEIRO: Sem problema. Só de boa. Aproveitei
para cuidar da aparência, aparar o cabelo no “Seu Antoninho”, um senhor de 75
anos, dono de uma comioneta ano 59, Testemunha de Jeová, bom de conversa. Dia
de lavar roupas e passar água na motoca, até mesmo porque fiz uma trilha
daquelas. Quando parei para almoçar em Miranda e falei que era do Paraná,
alguém já falou: “Mas, você tá vindo de Corumbá né?” O motivo era o barro
vermelho no pneu da moto, ele cola e tem uma cor de urucum.
MOTOCA: Começou um vazamento no filtro de óleo. Eu
havia limpado ontem de manhã para observar, hoje com a sujeira ficou mais
evidente. Voltei mais cedo para Miranda e levei na Caiobá, a CC daqui. O mecânico
fez um aperto, caso dê problema avisou que tem loja em Bonito e Dourados. A
motoca continua dando um show. Eu cheguei a pensar que o marcador de
combustível estava com defeito. Ontem andando tranqüilo chegou a fazer 33,6 e,
hoje, na trilha e pista 31,4. Se fosse tudo terra, numa velocidade média de 70
km hora chegaria facilmente nos 35.
kkkkkkkkk
Sabe que achei estranho a atidude deles.... Mas era assim, os dois dava velocidade, depois soltavam o cara.... qdo a velocidade caia perto dos 60, iam novamente.
