Galera fiz uma viagem com minha moto de Salvador a Fátima ida e volta, quase 700 km, viagem muito tranquila. Trabalho em uma empresa que presta serviços aos Correios em informática, trabalho esse que me proporciona diversas viagens como esta que relato mais adiante.
Eram 4:00 hs da manhã quando acordei, tomei banho e fui me preparar para a viagem. Vesti minha calça de chuva e botas, mas não vesti a jaqueta de chuva, preferi outra jaqueta que tenho que esquenta muito mais, doce ilusão, oito quilômetros depois estava eu parado as margens da rodovia BR 324 parado colocando a jaqueta, morrendo de raiva por não ter ouvido o conselho da minha esposa quando disse que era pra eu sair já com a jaqueta. Pois bem , minha viagem continuou, passei por dois postos de combustível imaginando parar após 40 km de viagem em um posto que conheço, tinha esquecido que saí de casa de madrugada, e tomei um susto quando vi o posto fechado, parei 25 km depois em São Sebastião do Passé, onde enchi o tanque e calibrei o pneu. A manhã estava chuvosa, e tão fria que ao descer da moto não estava nem abrindo minha mão direito, sentia aquela sensação de travamento nos ossos dos dedos e mais uma vez lembrei da minha esposa dizendo “Compra uma luva pra quando você viajar”. Quando sai do posto e segui pela BR 110 comecei a pensar na viagem quando vi uma placa amarela no canto da estrada advertindo a possibilidade de haver animais na pista, foi uma fração de segundos entre eu ver a placa, pensar que teria que pilotar com atenção devido a visibilidade ser prejudicada a noite, e ver na minha frente um cachorro assustado, mo meio da pista sem saber pra onde ir, nessa hora me subiu um frio na barriga, e a única reação que tive foi jogar minha moto para contramão na tentativa de desviar do cachorro. Graças a Deus consegui desviar do bicho, e me lembrei imediatamente de um acidente que sofri em agosto de 2008 quando atropelei um cachorro que saiu de debaixo de um caminhão e me fez cair da moto sobre meu ombro esquerdo, quebrei a clavícula, até hoje tenho o ombro torto devido a este episódio. Tinha que estar em Fátima para trabalhar antes das 9:00 hs, por isso decidi andar um pouco mais forte do que costumo, sai dos meus habituais 105 km/h para andar a 120 km/h. Foram 280 km de estrada boa, em momentos com chuva, outros sem, ultrapassando caminhões, carros, passando por cidades vazias, afinal ainda era muito cedo, a maioria das pessoas que eu via eram crianças indo a escola. Durante um trecho entre Olindina e Cipó, cerca de 40 km, alcancei um jovem em uma XRE 300, mesmo sem nos falarmos fizemos companhia um ao outro, sempre ultrapassando carros e caminhões juntos, ele sempre a minha frente, sempre que ele podia esticava um pouco, e eu sempre acompanhava, ficava um pouco pra traz, mas o alcançava, até que ele chegou em Cipó e desviou, enquanto eu segui para o meu destino. Levei quase 3:30 hs sem parar e consegui chegar a cidade tranquilamente as 8:40 hs, deu tempo até de tomar um café gostoso na melhor padaria da cidade. Quando cheguei a cidade, parecia ter algo de muito estranho em mim, digo isso porque via todos me olhando curiosos, onde eu passava todos comentavam e olhavam apontando para minha direção. A Cidade é muito pequena, certamente todos se conhecem, por isso não sei bem se olhavam com estranheza para mim um desconhecido da cidade ou para minha moto, que provavelmente eles nunca tinham visto igual.
Na volta pra casa tudo diferente da viagem de ida, com exceção da minha teimosia em não colocar a capa de chuva, e novamente a situação se repetiu, depois de cerca de 100 km, olha eu parado no acostamento colocando a capa de chuva. A volta foi diferente principalmente pela quantidade de gente nas cidades, muito mais carros e caminhões nas rodovias, o tempo claro e muito quente, e desta vez eu estava voltando pra casa, muito mais cansado, porém sem prazo determinado para chegar em casa, podendo então viajar muito mais tranquilamente. Sai de Fátima, passei por Cícero Dantas e parei em Ribeira do Pombal para abastecer, o Combustível muito caro estava custando R$ 2,89, um assalto já que quando abasteci a primeira vez paguei apenas R$ 2,52. O que me chamou a atenção neste posto foi o comportamento dos frentistas, quando parei no posto um deles veio me atender, olhou minha moto e começou a Gritar por um certo Marcão, quando o Marcão chegou viu minha moto e começou um festival de elogios e perguntas sobre a ela, menos de dois minutos depois de eu chegar ao posto, estava cercado de gente olhando, admirando, perguntando e namorando minha Motinha, mesmo suja a danada chama atenção. Passei por 12 cidades até chegar em casa, cheguei muito cansado, dolorido, mas satisfeito.
Minha moto rodou quase 700 km, abasteci três vezes, o consumo nas três medições foi bom, na primeira 33 km/l, na segunda 30 km/l (isso devido a andar mais forte a cerca de 120 km/h) e na terceira 32 km/l. Outra coisa que percebi desta vez foi a qualidade do farol, fiz uma regulagem no farol da moto (pra quem não sabe a Next tem uma engrenagem atras da carenagem do farol que permite a regulagem da altura do farol) que fez com que ele funcionasse perfeitamente, ótima iluminação, tanto no farol alto como baixo. No mais a moto é perfeita para estrada dentro da sua categoria, portanto respeitando seus limites. Seu Peso a mais pode prejudicar na cidade para trafegar entre os carros, mas dão a esta moto uma incrível estabilidade na estrada, sua sexta marcha tornou a pilotagem muito mais agradável em rodovias. E sua beleza... Esta dispensa comentários.
Segunda Feira farei uma nova viagem a uma cidade chamada São Domingos, a 250 km de Salvador, tentarei tirar umas fotos da viagem desta vez.
Abraço a todos.