Saudações ilustres foristas!
Hoje fiz a primeira grande aquisição da minha vida, uma Intruder 125, escolhida para ser a primeira moto. É a realização de um sonho.
Sou advogado recém-formado, muito longe dos berços de ouro, com a trajetória iniciada do zero. Minha CNH? Terminei o processo de primeira habilitação semana passada e "aprendi a andar de moto" na auto escola.
Moro sozinho e desfruto da aprazível companhia de uma namorada incrível, cuja qual vem acompanhando as conquistas graduais. Meu trabalho não é longe de onde moro, sendo que percorrerei cerca de 10Km diários.
Todo esse intróito para concluir: a escolha da moto foi tomada sob algumas perspectivas. Como não tenho grana para esbanjar, não pôde ser zero, como também não pôde ser uma moto um pouco maior ou mais cara; como moro perto do trabalho e não tenho as 'manhas' do trânsito, me importa uma moto econômica, que eu possa controlar bem (baixa estatura num novato é incompatível com motos altas), me sentir seguro e propiciar segurança e diversão para aquela namorada já mencionada.
Como há tempos venho pesquisando a respeito de motos e sobretudo quanto à escolha da primeira moto, no momento em que meus olhos repousaram sobre as fotos do anúncio dessa Intruder meu coração não se controlou e senti umas batidas mais fortes e descompassadas. Não houve escapatória!
Em contato com o vendedor, eis que me surge a história da moto e meu emocional falou ainda mais alto: "tem que ser esta!".
Não o chamarei de antigo proprietário em decorrência da afetuosidade nutrida pelo sujeito; dele à moto e minha a ele. Ao invés disso, chamarei de proprietário-vendedor. Trata-se, pois, de um senhor de 66 anos de idade, cujo capricho e cuidado com a motoca me foram latentes nos detalhes. Adquiriu a moto nos idos de 2008, sem reservas, livre de gravame e desde então foi o primeiro - e único -, dono da guerreira, tendo exercido a propriedade com induvidoso esmero. Equipou-a com estojo de ferramentas, para-brisa, sissy bar e alforges laterais, tornando a pequena Intruder uma verdadeira LINDEZA.
O resultado, não podia ser outro: incumbi-me de catar os poucos trocados e assumir o legado do homem, que por seu temperamento, em certa medida recorda meu próprio pai. A jóia rara doravante me acompanhará no cotidiano e em passeios com a garupatroa (permita-me a apropriação do termo, nobre Ezenecon), tudo com a maior segurança (viu, Malaguti?).
Um salve especial aos aficcionados pela Intruder, pois muito embora não os conheça, merecem saber a influência em minha escolha: Patriarca, Mandruva, Chicolau, Mackenzie e outros.