Muito legal o artigo !
Vou tentar esse lance de não olhar pro buraco e sim pra
onde quero passar ! Parece que ajuda...
Falando do contra-esterço, na verdade não dá para
caracterizar como ação e reação (pelo menos não no
sentido físico da expressão). Simplificadamente
(ignorando o ângulo de caster), é uma força aplicada para
gerar um torque vertical que faz aparecer uma velocidade
de precessão (angular) num eixo ortogonal ao plano
formado pelo torque e o momento angular da roda, i.e., o
eixo horizontal ao longo da moto. Resultado: a moto
inclina, e aí a gravidade cuida do resto e a gente faz a
curva.
Na prática, o que costuma confundir as pessoas (pelo
menos o que me confundia antes de eu tentar pensar com
fórmulas em vez de com a intuição - que engana aqui) é
pensar que você vai virar o guidão prum lado e a moto vai
fazer a curva pro outro. Na verdade, você não vira o
guidão prum lado, apenas aplica uma pressão pra esse
lado. Ele não chega a se mecher por conta da resistência
do efeito giroscópico. Aí então acontece o que eu falei
acima e a moto inclina. Enquanto ela inclina, graças ao
ângulo de caster, o guidão vira pro lado da curva e aí
conseguimos fazer a curva. Tudo isso quase
instantaneamente.
Vale comentar que o contra-esterço é igualmente útil para
sair da curva, nesse caso, aplicando uma pressão no
guidão para dentro da curva. Aí o efeito é inverso e a
moto levanta !
Se alguém se interessar, tento preparar um documento com
círculos e setas.
Abraço,
Fred Pessoa